Correio Braziliense, n. 21708, 23/08/2022. Política, p. 4

Pacheco sobre urnas: “Plena confiança”

Luana Patriolino


O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu o processo de votação do país, após reunião com o ministro  Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na tarde de ontem. O parlamentar reafirmou que não há registro de fraudes nas urnas eletrônicas e ainda citou o feriado de 7 de Setembro. Pacheco ressaltou que, desde 1996, ano da implantação das máquinas de coleta de votos, não houve nenhum motivo que dessem margem para desconfianças. O senador disse que tem “plena confiança” que a eleição vai ocorrer dentro da normalidade.

“Não há nenhum tipo de fato que possa descredenciar ou deslegitimar esse método (sistema eletrônico de votação). Não há base que demonstre justa causa em questionamentos feitos ao sistema eleitoral”, destacou.

O presidente do Congresso disse que não tratou, com Moraes, das sugestões das Forças Armadas ao sistema eleitoral. Para ele, não haverá questionamentos ao resultado das urnas. “Naturalmente, as instituições têm que cuidar de todas as hipóteses, possibilidades e perspectivas. Mas, a perspectiva que nós temos é que a maturidade política brasileira, a força das instituições, a força da nossa democracia prevalecerão sobre qualquer tipo de arroubo de retrocesso democrático.” Sobre o Sete de Setembro, Pacheco acredita que o feriado deve ser pacífico, sem incitação à violência e atos antidemocráticos.

“O que nós esperamos é que haja manifestações ordeiras, pacíficas, legítimas, respeitamos tudo isso. Naturalmente, as questões de segurança em razão de eventuais excessos que podem acontecer por grupos, que, não tenho dúvida, são minoritários, é papel das forças de segurança de cada um dos estados por meio de suas polícias, inibir qualquer tipo de atitude que não seja democrática e republicana”, disse.

Forças Armadas Moraes vai se encontrar, na tarde de hoje, com as Forças Armadas para discutir sobre a segurança das urnas eletrônicas. A reunião simboliza uma tentativa de diálogo de aproximação entre os Poderes — que têm a relação estremecida por conta do papel dos militares no processo eleitoral brasileiro.

O Ministério da Defesa deve insistir na necessidade de melhorada segurança do sistema de votação. O chefe da pasta, Paulo Sérgio Nogueira, fez a solicitação para o encontro há meses, mas não obteve resposta positiva do ministro Edson Fachin, que estava na presidência do TSE até se mana passada.

Fachin alegou que a reunião poderia significar privilégio para as Forças Armadas diante de outros integrantes do Comitê de Transparência Eleitoral (CTE). O grupo é formado por diversas entidades, com representantes do Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advoga dos do Brasil (OAB), Congresso Nacional, Polícia Federal e universidades, entre outros.

Nogueira deve apresentar a Moraes demandas da Defesa para as eleições de outubro, como o aperfeiçoamento da segurança e da transparência do processo eleitoral. Moraes  ainda deve se reunir, hoje, com o diretor-geral da Polícia Federal, Marcio Nunes.

Alexandre de Moraes assumiu o comando do TSE na terça-feira passada e disse que fará um combate “implacável” às fake news contra o sistema de votação. O magistrado afirmou que trabalhará de modo firme e sereno durante o pleito e exaltou a condenou a propagação do discurso de ódio no país.

 

Frase

 “A perspectiva que nós temos é que a maturidade política brasileira, a força das instituições, a força da nossa democracia prevalecerão sobre qualquer tipo de arroubo de retrocesso democrático.”

Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado

 

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