Título: Custo do financiamento da dívida pode subir
Autor: SILVIA ARAÚJO
Fonte: Jornal do Brasil, 09/11/2004, Informe Economico, p. A18

Ao que tudo indica, o Tesouro Nacional pode pagar mais caro na operação de financiamento da dívida pública, desta semana, em razão da mudança de patamar da curva de juros. Todos os contratos de Depósitos Interfinanceiros, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BMF), foram realinhados para cima. Desta vez, o mote para a mudança na curva foi a expectativa de aumento do juro no Brasil e nos Estados Unidos. Amanhã, o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) decide o patamar do juro de curto prazo no país. A estimativa é de que a taxa suba 0,25 ponto percentual, para 2% ao ano. O aperto monetário, no entanto, pode ter continuidade no encontro do Fed de dezembro - último do ano -, em resposta ao comportamento de alguns indicadores da economia do país, como a criação de vagas no mercado de trabalho e a produtividade, que sugerem que a economia está aquecendo em um ritmo acima do estimado.

A evolução do juro nos Estados Unidos e o patamar elevado das expectativas dos analistas do mercado brasileiro para a inflação indicam que o Copom vai manter o grau de conservadorismo na reunião deste mês. A pesquisa de mercado realizada pelo BC mostrou discreta desaceleração das expectativas para a inflação deste ano e para o período de 12 meses, bem como a estabilidade da projeção para 2005. No entanto, isso não foi suficiente para reverter o comportamento das projeções do juro futuro.

Hoje, o Tesouro oferta ao mercado até 3 milhões de papéis com rentabilidade prefixada e vencimento em 1º de outubro de 2005. Também leiloa ao público, 300 mil títulos com resgate em 1º de julho de 2006. Na última quinta-feira, papéis com as mesmas características garantiram retorno máximo de 18,27% e 18,40%, respectivamente.