Correio Braziliense, n. 21722, 06/09/2022. Política, p. 3
Convocação para quem tem armamento
Filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma convocação, ontem, para que os brasileiros que tenham “armas legalizadas” atuem como “voluntários” em defesa de seu pai.
Em uma postagem no Twitter, ele afirmou que a convocação valia, também, para quem “tem clube de tiro ou frequenta algum”. “Então, você tem que se transformar num voluntário de Bolsonaro.”
Em seguida, ele orientou que seus seguidores buscassem seus candidatos a deputado federal para pedir “santinhos do presidente” e distribuí-los.
A mensagem foi postada no mesmo dia em que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu trechos de decretos editados pelo governo federal com flexibilizações para o porte de armas.
A decisão liminar diz que o início da campanha eleitoral “exaspera o risco de violência política”.
No dia 30, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram, por unanimidade, proibir o porte de armas nas proximidades das seções eleitorais e dos prédios da Justiça Eleitoral, em todo o país, por quatro dias, compreendendo as 48 horas antes da votação, o dia da eleição e as 24 horas seguintes.
Também ontem, foi divulgada uma decisão judicial contra Eduardo Bolsonaro. A ministra Cármen Lúcia, do TSE, determinou que o parlamentar apague do seu perfil nas redes sociais publicações falsas em que acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT de apoiar “invasões de igrejas e perseguição de cristão”.
Cármen Lúcia argumentou que as publicações de Eduardo “não são críticas políticas ou legítima manifestação de pensamento”. Para ela, “o que se tem é mensagem ofensiva à honra e imagem de pré-candidato à presidência da República, com divulgação de informação sabidamente inverídica”.
A ministra julgou haver risco de impacto ao resultado das eleições, caso as postagens sejam mantidas nas redes sociais, já que cada vez mais eleitores poderão ser alcançados por mensagens falsas. Cármen Lúcia ainda fixou multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento da decisão.