Título: Tocantins espera indústrias
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 08/10/2005, País, p. A7

O récem-criado estado do Tocantins, aos dezessete anos de vida, mostra que pode se destacar no quesito geração de emprego. Na semana que passou, dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) puderam comprovar isto. De acordo com o levantamento, nos três últimos anos o número de empregos formais cresceu 760%. O que significa dizer que no balanço entre admissões e desligamentos do mercado de trabalho, 12.076 empregos foram criados entre 2003 a julho de 2005. O combustível para o aumento dos postos de trabalho no estado é o incentivo do governo estadual à instalação de grandes indústrias sem desgrudar os olhos da tradicional agropecuária, que há alguns anos domina o PIB do estado. Sem a contribuição que recebeu durante os últimos cinco anos para se erguer - cerca de R$ 500 milhões - o filho mais novo do Brasil, já conseguiu levar para suas terras mais de 150 indústrias de médio e pequeno porte.

Agora, espera até o final do ano a instalação de outras cinco grandes indústrias: uma filial da Votoratim Cimentos, a Nova Era Silicon, a Cerâmica Cecol, a Brasil Eco-Diesel, e a SCC Cereais. Só no caso da instalação da unidade da Votorantim em Xambioá - norte do estado - serão criados mais 1,5 mil empregos diretos. O Governo do Tocantins ainda negocia com a Granol, uma das maiores refinadoras e processadoras de soja do país, que pensa em sair de Anápolis (GO) em função dos incentivos fiscais oferecidos pela adminstração do novo estado.

- Vivemos um momento em que a infra-estrutura está aberta, mas o importante é que temos energia até pra exportar. Com a Usina de Lageado e os incentivos fiscais que estamos propondo acredito que o parque industrial do Tocantins possa crescer ainda mais - avaliou o governador Marcelo Miranda (PMDB).

Nos agronegócios, os destaques na criação de emprego estão principalmente na produção de soja, milho e arroz. De acordo com o governador, na agricultura familiar e empresarial, nos três últimos anos, foram mais de 160 mil empregos diretos e indiretos. Como em sua grande maioria são contratações informais, os números não entraram na pesquisa do Ipea. Para se ter uma idéia de como caminham bem os agronegócios tocantinenses em 2003, segundo o IBGE, o estado produziu 377,6 toneladas de soja. No ano seguinte, a produção saltou para 652,3 toneladas. As perspectivas continuam favoráveis, apontando uma safra de aproximadamente um milhão de toneladas em 2006.

Ainda no ramo da agricultura, a produção de frutas é também uma vocação natural que cresce amparada por políticas públicas, que prevêem mais de R$ 200 milhões em investimentos. Entre as 10 espécies de frutas produzidas no estado, com mercado externo garantido, se destaca o abacaxi, que conquistou o exigente mercado europeu e parte do Mercosul, além da região Sudeste do Brasil.

Fazendo do planejamento a principal ferramenta de trabalho, a administração estadual elegeu, ainda, além da soja e da fruticultura, a cana-de-açúcar e a mandioca como prioridades da agricultura, segundo aponta o plano ''Tocantins do Futuro - Rumo a 2010''. Outro braço que o governo se utiliza para gerar empregos é o investimento na área social. De acordo com o governador Marcelo Miranda, neste ano o orçamento destinou cerca de R$ 5 milhões para programas sociais destinados à capacitação de jovens e ao estimulo à conclusão do ensino fundamental e médio.