Título: Crimes por impulso
Autor: Gustavo de Almeida
Fonte: Jornal do Brasil, 08/10/2005, Rio, p. A13

A equipe de pesquisadores do Necvu destacou 55 casos emblemáticos entre os 880 pesquisados a fundo. O número de 1.700 vítimas que poderiam estar vivas é uma estimativa, ''ou melhor, uma projeção'', diz Michel Misse. A maioria, como os listados ao lado como exemplo, revela ações impulsivas, a grande maioria por motivos fúteis e em que a presença da arma dentro de casa foi suficiente para a prática do crime. Em um dos casos, houve notoriedade, quando na Baixada Fluminense uma menina de 15 anos matou a irmã de 13 anos com uma espingarda acidentalmente. Reg. 035-10978/2003 - Homicídio culposo

Trata este registro de um homicídio culposo provocado por projétil de arma de fogo no qual aparecem envolvidas duas irmãs. Segundo o relato da mãe delas, as duas irmãs estavam em casa e encontraram uma espingarda em um matagal nas proximidades da residência. Enquanto a menina de 16 anos manuseava a espingarda, esta disparou acidentalmente.

Reg. 040-00896/2004 - Lesão corporal por arma de fogo

Refere-se a uma lesão corporal, em Rocha Miranda, provocada por desentendimento entre vizinhos. Segundo o relato da vítima, sempre que passa na rua o autor está com um bastão nas mãos. No dia do fato, a vítima discutiu com o autor e mandou que ele fosse embora. O autor do crime voltou em casa e buscou a arma, dando seis tiros na direção da vítima, mas apenas um projétil atingiu o pé direito.

Reg. 057-03466/2003 - Homicídio por arma de fogo

Em briga conjugal, o autor, que era PM e por isso tinha porte de arma de fogo, atingiu sua esposa dentro da casa onde o casal residia, após uma intensa discussão. Para o Necvu, o fato evidencia que o uso de armas por agentes da lei deve se restringir à manutenção da ordem pública.