Título: Atraso no censo custa R$ 6,3 bilhões
Autor: Kelly Oliveira
Fonte: Jornal do Brasil, 04/10/2005, Economia & Negócios, p. A17

A demora na realização do censo previdenciário é um do motivos para o governo ter abandonado a meta de R$ 32 bilhões de para o déficit da Previdência para este ano. A projeção do Ministério da Previdência agora é de que o rombo nas contas do INSS fique R$ 6,3 bilhões maior, chegando a R$ 38,3 bilhões. O ministro da Previdência, Nelson Machado, disse ao Jornal do Brasil que só seria possível buscar uma meta mais otimista se o recadastramento tivesse sido iniciado no começo do ano e se a Medida Provisória 242, que previa mais exigências na concessão de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, entre outros benefícios, tivesse sido aprovada no Congresso.

Em julho, o governo perdeu a disputa no Congresso para a aprovação da MP, e a medida foi transformada em Projeto de Lei, o que torna a tramitação mais lenta.

- Estou trabalhando com os fatores que tenho na minha frente - disse o ministro.

O governo deu largada ontem ao recadastramento dos aposentados e pensionistas do INSS que obtiveram o benefício antes de 2003. Essa não foi a primeira vez que o governo tenta fazer a atualização dos dados de benefícios que começaram a ser incluídos nos cadastros da Previdência há mais de 40 anos. Em 2003, o então ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, criou uma polêmica ao obrigar aposentados com mais de 90 anos irem para filas fazer o recadastramento.

Dessa vez, segundo Nelson Machado, não há motivo para correria em atualizar os dados, uma vez que os beneficiários serão avisados com antecedência de um mês, no momento em que forem sacar o benefício nos bancos