Título: US$ 1,5 bi para estaleiros
Autor: Luciana Collet e Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 04/10/2005, Economia & Negócios, p. A19

Dispostas a financiar a renascente indústria naval e o setor portuário do Brasil, algumas das principais instituições financeiras internacionais reúnem-se hoje, no Rio de Janeiro, no Segundo Fórum Anual sobre Finanças e Marina da América do Sul, no hotel Copacabana Palace. Segundo a Orricks New York, promotora do evento, somente nesta semana, mais de US$ 1,5 bilhão estão sendo colocados à disposição do setor por investidores, por intermédio da Bolsa de Nova York e da Nasdaq (Bolsa americana de tecnologia).

A Orricks também recorre a cálculos de investidores alemães, que figuram como a segunda maior fonte de recursos para o segmento nos últimos dez anos, para reforçar aos interessados que outros 3 bilhões de euros estão previstos para ser investidos até o fim do ano em ativos deste segmento em todo o mundo. No evento serão abordados temas como investimentos em embarcações marítimas, artigos para navegação, plataformas, terminais e docas.

Segundo cálculos da Orricks, boa parte dos investimentos poderá ser direcionada aos países da América Latina, já que nos estaleiros asiáticos e europeus é verificado um excesso de capacidade instalada, com poucas oportunidades de negócios ainda disponíveis para os investidores. Só para se ter um exemplo das oportunidades previstas para o Brasil, a Transpetro divulgará nos próximos dias o edital de licitação de 42 petroleiros a serem construídos sob encomenda para a subsidiária de logística da Petrobras. Segundo cálculos da própria estatal, a concorrência movimentará cerca de US$ 1,9 bilhão, e a expectativa é que o negócio contribua para a atualização tecnológica dos estaleiros nacionais.

Segundo a Orricks, para se beneficiar dos recursos previstos pelos investidores estrangeiros, o Brasil deve contribuir com regras claras e boas práticas de gestão de capital. O grande desafio, porém, na opinião da promotora do evento, será viabilizar os investimentos a um custo de capital convidativo. (R.R.M.)