Título: Exportações dobram em quatro anos
Autor: Dimalice Nunes e Juan Velásquez
Fonte: Jornal do Brasil, 04/10/2005, Economia & Negócios, p. A20

O crescimento das exportações brasileiras, que não se abalaram com a desvalorização do dólar, levou o governo a rever para cima as metas do comércio exterior. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que as vendas externas vão dobrar no governo Lula.

Em 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, as exportações atingiram US$ 60,3 bilhões. Segundo Furlan, ''bem antes do final de 2006'' as vendas ao exterior já deverão somar mais de US$ 120 bi em 12 meses.

Ainda ontem Furlan anunciou a elevação oficial da meta de exportações em 2005 para US$ 117 bilhões, contra US$ 112 bi estimados anteriormente. Quanto ao saldo da balança comercial, segundo Furlan, ele pode ultrapassar a marca dos US$ 42 bilhões este ano. No período de 12 meses, até setembro, o saldo acumulado é de US$ 41,259 bilhões.

Antes do anúncio da nova meta para as exportações, o Ministério do Desenvolvimento divulgou que o saldo da balança em setembro atingiu US$ 4,329 bilhões, superando o resultado registrado no mesmo período do ano passado, US$ 3,172 bilhões. O saldo é resultado de exportações que somaram US$ 10,635 bilhões e importações de US$ 6,306 bi. O saldo acumulado desde janeiro é de US$ 32,671 bilhões, 30,29% superior ao resultado apurado na mesma etapa de 2004, quando o superávit foi de US$ 25,075 bilhões.

No ano, as vendas de produtos brasileiros ao exterior acumulam US$ 86,72 bilhões, 23,4% superiores ao registrado no período anterior. As importações ficaram em US$ 54,049 bilhões, aumento de 19,6% ante as compras feitas entre janeiro e setembro do ano passado.

Furlan também afirmou que o Brasil vai regulamentar salvaguardas contra a China. Ele ainda não disse quando os documentos de regulamentação ficam prontos. Estes papéis são necessários para que as indústrias possam solicitar investigação e, posteriormente, as salvaguardas contra indústrias estrangeiras.

- Uma coisa anda em paralelo à outra. Deixei bem claro para o governo chinês que não era nenhuma situação inamistosa, mas que nós faremos a regulamentação normalmente - disse o ministro após evento da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria.

Furlan lembrou que o texto permitindo a adoção de barreiras contra os produtos da China foi aprovado por unanimidade na Câmara de Comércio Exterior (Camex) e já foi encaminhado à Presidência da República.

- O presidente disse em público, mais de uma vez, que irá regulamentar - disse Furlan.

O ministro tentou minimizar o impacto imediato da falta de resultados da negociação entre Brasil e China. O ministro disse hoje que ainda é possível chegar a um acordo em um prazo mais longo.

- As chances existem sempre. Nós deixamos uma arquitetura feita que leva a um acordo e temos a expectativa de trocar propostas escritas já nos próximos dias. E, a partir disso, irmos dirimindo algumas dúvidas - disse.

Com agências