Título: PFL admite concorrer sem PMDB
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 11/10/2005, Brasília, p. D1

Enquanto Paulo Octávio e José Roberto Arruda não se acertam, verticalização ameaça inviabilizar chapa única

O PFL admite correr sozinho na candidatura ao governo do Distrito Federal. O partido pode lançar candidato mesmo sem o apoio do PMDB. Caso a verticalização permaneça, a aliança entre o PFL e o PMDB em nível nacional seria praticamente impossível. Essa é a avaliação do deputado federal Osório Adriano (PFL - DF), atualmente em seu quarto mandato na Câmara. Com a verticalização, basta uma decisão do comando geral do partido e não haverá aliança entre o candidato do PFL e o governador Joaquim Roriz no DF, admite a direção pertidária de Brasília. Os pefelistas, porém, preferem a aliança com Roriz, visto por eles como o maior patrimônio eleitora do DF.

Apesar das declarações, a decisão de lançar candidato sem o aval de Roriz pode ser apenas oficial, mas não a prática da legenda. Mesmo com a regra eleitoral, Osório Adriano não descarta uma aliança branca.

- Lançamos candidato ao governo, sem o PMDB lançar ninguém. Ele [Roriz]concorre ao Senado e nós não lançamos candidato para lá - exemplifica o deputado, que faz questão de dizer que o apoio de Roriz significa muito para o PFL.

Caso o Congresso vote o fim da verticalização, Osório defende a candidatura única dos partidos da base governista. Assim, PFL, PMDB e PSDB lançariam um só candidato.

- Isso beneficiaria a todos os partidos - argumenta o deputado, que, questionado pelo Jornal do Brasil, não se mostrou favorável a apoiar candidatos de outras legendas que não o PFL.

- Nós somos líderes nas pesquisas e só se as coisas mudarem muito haveria lógica em apoiar outro candidato - diz.

Versões -Independentemente de ter ou não o apoio dos outros partidos governistas, o PFL ainda não afirma quem lançará como candidato ao GDF. Os dois pré-candidatos, o deputado José Roberto Arruda e o senador Paulo Octávio, ainda não se entenderam sobre o assunto. Eles querem concorrer ao posto, mas apresentam versões diferentes para garantirem a chance de representar o PFL no pleito do ano que vem.

Conforme a versão apresentada pelos apoiadores de Paulo Octávio, há um acordo firmado entre o senador e o deputado para a escolha do candidato ao GDF. O compromisso teria sido feito pelos dois com a aprovação do presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC).

O deputado federal Rodrigo Maia (PFL - RJ) garante que o acordo realmente existe. Segundo ele, os dois acertaram que seria candidato aquele que obtivesse melhor desempenho nas pesquisas eleitorais e conquistasse o apoio do atual governador Joaquim Roriz (PMDB).

- O acordo existe, foi firmado pelo Diretório Regional com o apoio do Diretório Executivo e será honrado pelos dois envolvidos -- afirma o deputado.

A versão dos arrudistas é outra. Após o convite feito pelo governador Joaquim Roriz (PMDB) para que o deputado passasse a ser seu correligionário, a liderança nacional do PFL teria convidado Arruda a continuar na legenda e garantido a ele a candidatura ao Buriti.

De acordo com a segunda versão, a candidatura do partido não dependeria de pesquisas de opinião e nem mesmo da escolha do governador Joaquim Roriz.

Defesa -Osório Adriano nega que exista disputa entre os dois candidatos. Segundo o deputado, que garante não ter candidato de sua preferência, cada um se vê no direito de sair candidato.

- Temos que resolver isso dentro do partido. Não podemos permitir que haja disputa - afirma.