Título: Esquerda do PT derrotada nas urnas
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 11/10/2005, Brasília, p. D4
Campo majoritário, que elegeu Chico Vigilante em Brasília, agora deve levar também a presidência nacional
Depois da perda da presidência do PT no Distrito Federal, os políticos da esquerda petista achavam que poderiam conseguir maioria para Raul Pont no Processo de Eleições Diretas (PED) do comando nacional do partido. Entretanto, as apurações dos votos dos militantes de Brasília mostraram o contrário. Ricardo Berzoini, do campo majoritário, levou 54% dos votos. O resultado final das apurações em todo o País deve ser divulgado hoje no fim do dia. A vitória de Berzoni em Brasília era esperada. No primeiro turno, realizado no dia 22 de setembro, o PT candango elegeu o deputado distrital Chico Vigilante, também do campo majoritário, como presidente do partido no DF.
O deputado acredita que a tendência apresentada em Brasília deve se repetir em todo o País:
- Berzoini vai ganhar com oito mil votos de diferença.
Segundo Vigilante, a vitória de Berzoini garantiria a consolidação de apoio ao governo Lula e acenaria para a necessidade de diálogo interno com as forças. Ele garante que, mesmo com a presidência nacional do partido nas mãos do campo majoritário, a gestão que fará não DF não será diferente.
- Isso não muda nada a forma de dirigir o partido em Brasília. A sociedade está cansada de brigas internas e eu vou trabalhar para melhorar isso - afirma o presidente eleito, que deve tomar posso até novembro.
Para o deputado Chico Leite, defensor de Pont, o resultado em Brasília era esperado.
- Foi apenas um reflexo do primeiro turno em Brasília - conclui Leite, que ainda aposta na vitória de Pont para a presidência nacional.
Na mesma linha de Leite, a deputada Arlete Sampaio deposita esperanças na vitória da esquerda petista, mas acredita que, mesmo com a vitória de Berzoini o partido não será governado apenas por um grupo.
- O vencedor, independente de quem seja, vai ter de enfrentar uma situação diferente da atual. Vai ter de haver mais política, diálogo, discussão, negociação. O resultado disso só pode ser positivo - avalia. (L.N)