Título: Aftosa fecha portas à carne brasileira
Autor: Dimalice Nunes
Fonte: Jornal do Brasil, 12/10/2005, Economia & Negócios, p. A19

Seis países e Europa informam que vão parar de comprar do Brasil

BRASÍLIA - O foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul já provocou reações dos parceiros comerciais do Brasil. Pelo menos sete países, além da União Européia, informaram ontem que vão suspender as compras de carnes do país. Os europeus vão vetar a entrada de carne proveniente dos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. O governo já confirmou que Israel e África do Sul suspenderam a compra de carne de todo o país. A Inglaterra não comprará do Mato Grosso do Sul e Paraná. Rússia, Argentina, Chile e Paraguai não comprarão carne do estado afetado. ¿ Essas medidas são tomadas de imediato, toda vez que há um foco em qualquer país do mundo ¿ disse o presidente do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), Altino Rodrigues Neto, do Ministério da Agricultura.

O governo ainda não contabiliza quais serão os impactos nas exportações de carne depois do surgimento da aftosa. Mas segundo Rodrigues Neto, a expectativa é de que esses países voltem atrás depois das explicações que o governo dará sobre os procedimentos adotados contra a doença.

¿ Acreditamos que a repercussão não será totalmente desastrosa para o país.

Ontem, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, falou em rede nacional sobre as ações do governo para conter a doença. Em seu pronunciamento, Rodrigues informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que não faltem recursos para a defesa sanitária. O presidente, segundo o ministro, também quer que sejam criadas penalidades aos responsáveis por eventos dessa natureza.

Amanhã, segue para Paris uma missão do ministério para encontros com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). A idéia é defender que as distâncias entre o foco e os demais estados exportadores não justifica uma medida generalizada. Em 2001, a OIE decretou como livre de aftosa com vacinação o Mato Grosso do Sul, Tocantins, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Agora, a organização suspendeu o status