Correio Braziliense, n. 21731, 15/09/2022. Negócios, p. 10

Prioridade é reduzir imposto



A maioria dos empresários brasileiros acredita que, para estimular a geração de empregos, a medida mais importante a ser adotada no Brasil nos próximos quatro anos é a Reforma Tributária. Essa é a conclusão de pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)  com donos de empresas de pequeno, médio e grande porte. O levantamento ouviu 1.001 executivos entre os dias 10 e 24 de agosto. 

Os empresários consideram o modelo tributário brasileiro “complexo e ineficiente” e responsável por frear o crescimento da economia brasileira. Além do entendimento de que uma Reforma Tributária é necessária — essa é a opinião de 56% dos entrevistados —, os empresários responderam que os altos tributos e a baixa qualificação profissional dificultam a ampliação de oportunidades de trabalho.

“O complexo e oneroso sistema de cobrança de impostos do país inibe a produção de todos os setores econômicos e dificulta a geração de empregos e de renda para os brasileiros. A Reforma Tributária é fundamental para acelerar o ritmo de crescimento da economia e, por isso, deve ser uma prioridade para o próximo governo”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Ao responder à pergunta sobre o que o próximo governo deveria fazer para gerar empregos, cada entrevistado devia escolher duas ações. A Reforma Tributária foi a mais apontada, tanto como primeira quanto como segunda medida mais importante, sendo citada por mais da metade dos empresários ouvidos. O mesmo modelo de pesquisa foi usado para analisar outras áreas de atuação.

A pesquisa encomendada pela CNI apontou como relevante para a geração de empregos a liberação de crédito para as empresas investirem e/ou expandirem a sua capacidade produtiva (29%) e realizar novos aperfeiçoamentos na legislação trabalhista (25%). Os percentuais são o somatório total de entrevistados que citaram a medida como primeira e segunda mais importante.

Os donos de empresas elegeram, ainda, como prioridade a redução de impostos (41%) e a reforma tributária (23%) e as linhas de crédito facilitadas (17%).

Além de questões relacionadas ao empresariado, os entrevistados opinaram sobre mais gerais, como o foco do presidente eleito nos próximos quatro anos. Mais de um terço dos empresários respondeu que a educação deve ser o foco do próximo governo (34%), seguida de saúde pública (26%) e crescimento econômico (20%).

A respeito dos setores que apresentaram avanço nos últimos anos, a maioria respondeu “nada ou nenhum” (17%), seguido de agronegócio (16%), infraestrutura (12%) e economia (12%). Responderam “outros” aspectos 34% dos empresários.

Ainda na avaliação dos empresários, as áreas que mais pioraram nos últimos quatros anos foram educação (22%) e saúde (21%), seguido da inflação (9%).

Apesar dos problemas elencados, a maioria do empresariado está esperançosa com os rumos da economia. Segundo o levantamento, 77% dos entrevistados estão otimistas quanto ao futuro da indústria. Sobre a economia do país, 69% disseram que deve melhorar um pouco ou muito nos próximos quatro anos.