Título: Vala receberá lixo hospitalar do DF
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 12/10/2005, Brasília, p. D5
Solução de emergência rompe impasse e exige operação urgente para transporte dos detritos estocados em caminhões
O lixo hospitalar do Distrito Federal vai ser depositado temporariamente numa vala como sugeriram, na sexta-feira passada, a Qualix Serviços Ambientais e a Belacap. A transferência dos resíduos do pátio do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), na Asa Norte para a vala construída na Usina de Compostagem começaria durante a madrugada de hoje. -Vamos montar uma operação de transporte com batedores da Polícia Militar e caminhões-pipa que vão lavar o chorume que eventualmente escorrer pelas ruas. Todo o trabalho será acompanhado de perto pela Semarh, Belacap e Qualix - afirmou o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Antônio Gomes.
O lixo dos hospitais - que nãoo foi recolhido nos dois últimos dias - também começaria a ser coletado ainda esta madrugada.
Demora - Segundo Antônio Gomes, a vala começou a ser construída na semana passada, depois que o Ibama reprovou uma que já existia e estava recebendo adaptações.
De acordo com o Memorial Descritivo entregue pela Qualix, a vala tem 43m por 23m e três metros de profundidade. No local podem ser colocadas até 1,3 mil toneladas de lixo, volume produzido em 43 dias.
-Não usaremos toda a capacidade, pois o incinerador deve ficar pronto em até 15 dias - garantiu Gomes.
Precária - O gerente-executivo do Ibama, Francisco Palhares, afirmou que a alternativa encontrada pelos órgãos ambientais, governo, Ministério Público Federal no DF e Ministério Público do DF e Territórios (Prodema) era a ''menos pior''.
- A população corre menos risco com esse lixo armazenado na vala do que no pátio da SLU. O problema do lixo poderia se transformar num problema de saúde pública - ponderou.
Apesar de deixar claro que a opção não agrada ao Ibama, Palhares garantiu que todas as exigências ambientais para a construção da vala provisória foram cumpridas.
-O projeto tinha algumas falhas que foram corrigidas entre ontem à noite (11) e hoje (ontem) no momento da vistoria. O material usado, lona e argila, atende às normas técnicas. No novo projeto, eles também informaram como vão espalhar o lixo na vala, retirar para a incineração e como pretendem coletar o chorume que possa se acumular no fundo do buraco. Diante disso e da gravidade do problema, decidimos liberar a utilização do local - explicou.
Atendendo a recomendação do Ibama, a empresa construiu ao redor da vala, um sistema de escoamento de águas pluviais para evitar que a água da chuva escorra para o local.