Título: Debate do ''sim'' e do ''não'' ganha força
Autor: Hugo Marques e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 15/10/2005, País, p. A7

Uma política de segurança eficaz para reduzir as mortes por armas de fogo. Os defensores do ''sim'' à proibição da venda de armas e munição buscam con vencer o eleitor com esse discurso, estatísticas e a construção da ''cultura de paz''. Os números mais alardeados foram anunciados em setembro pelo governo. As 3.234 vidas poupadas viraram um símbolo a favor do ''sim''. Pela primeira vez desde 1992. A redução de 8,2% em 2004, em comparação com 2003, foi atribuída, pelo Ministério da Justiça, à campanha pela entrega voluntária de armas e à implantação do Estatuto do Desarmamento, em dezembro de 2003.

Os defensores do ''não'' consideram a proibição do comércio de armas uma medida inócua no combate à criminalidade, que cercearia um direito individual e desarmaria apenas os ''cidadãos de bem''. Além disso, eles argumentam que a proibição seria a perda de uma garantia constitucional.

A tese do ''não'' é de que os criminosos continuarão a obter armas por vias ilegais e se sentiriam livres para cometer delitos, pois teriam a certeza de que ninguém reagiria.

Por isso, o grupo argumenta que a discussão sobre o ''desarmamento'' é equivocada, porque apenas o comércio legal de armas seria desativado.

A incapacidade de o Estado garantir a segurança refletida nos altos índices de criminalidade do país- também é argumento do grupo. Eles defendem que se Estado falha na proteção, é justo que os cidadãos tenham o direito de possuir uma arma para garantir sua segurança. (Folhapress)

Leia: Desarmamento em debate, na página A8 e Zona Sul na fronteira do sim e do não, página A27.