Título: Só 20% conquistam vaga definitiva
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 15/10/2005, Brasília, p. D4

O levantamento do Sindivarejista indica que 54% das 6 mil vagas abertas no comércio este fim de ano devem ser ocupadas por mulheres e 46% por homens. A maioria dos candidatos que se apresentam para os cargos têm entre 19 e 27 anos e são estudantes secundaristas ou universitários. Quem já trabalhou no comércio e teve bom desempenho tem mais chances de ser contratado. - O motivo de as mulheres se destacarem é que elas são mais desenvoltas na hora pedir de emprego. Por isso acabam conquistando a vaga - explica o presidente em exercício do Sindivarejista, Edson Castro. Segundo ele, cerca de 20% dos temporários conquistam vagas definitivas após o período das festas.

Perfil - Para essas contratações não existe um perfil definido do profissional. Depende da necessidade da empresa. A Colcci, por exemplo, deve contratar pelo menos duas pessoas para cada uma das três das lojas para trabalhar no apoio, vendas ou como caixa. Lá, a remuneração varia de R$ 450 a R$ 500 e quem vai atuar no ramo de vendas, receberá comissão de 4% sobre as vendas.

Ao comentar o perfil dos candidatos, Liselena Dalla Corte, gerente de pessoal e de produto da Colcci, explica que o vendedor tem que ter afinidade com a marca. O candidato receberá treinamento sobre venda saber tudo sobre tecido, coleção e produções que podem ser feitas.

Quem for contratado para ficar no caixa precisa ter, preferencialmente, curso de computação, além de saber mexer com o Excel. Para o estoque, agilidade e organização, são primordiais.

-Geralmente quem é contratado no fim de ano fica para cobrir férias do efetivo. Já aconteceu várias vezes de serem efetivados - diz.

Desemprego - Depois de trabalhar um ano e três como operadora de telemarketing, Isis Adriene Ferreira, 25 anos, está há seis meses procurando emprego.

A experiência que teve no primeiro emprego não está ajudando muito. E nas entrevistas que fez nesse período, não encontrou um só empresário disposto a dar oportunidade para que pudesse aprender o ofício.

-Deixei currículo nos shoppings, mas eles pedem experiência em vendas. O pior é que tenho certeza de que sou capaz, apesar de nunca ter vendido. Sou comunicativa, paciente e receptiva. No meu primeiro emprego trabalhei na área de cobrança e tinha que ter o maior jogo de cintura. Só me falta a oportunidade - assegurou Isis, que terminou o segundo grau e sonha fazer o curso de Comunicação, mas precisa do emprego para pagar faculdade.