Título: Campanha entra na fase final
Autor: Joana Dale
Fonte: Jornal do Brasil, 17/10/2005, Rio, p. A11

Se o Sim está entrando na fase de tentar os votos das mulheres, o Não também já se mobilizou para dar novos rumos à campanha, apesar dos números divulgados pelo Ibope sexta-feira terem sido positivos. De acordo com fontes ligadas à frente parlamentar do Não, a meta agora será o que vem sendo definido como ''desconstrução'' do Sim, ou seja, números diversos divulgados na campanha que prega a proibição da venda de armas serão tema do programa no horário eleitoral gratuito. Também serão mostrados deslizes dos adversários, como quando informaram erradamente que o Estatuto do Desarmamento permitiria a compra de cartuchos para quem já tivesse armas. Na orla do Leblon, o tenente Melquisedec Nascimento, presidente da Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas (Amae), apesar de adepto do Não, se revelou preocupado com o aumento do número de armas - mas as ilegais.

- O número que aumenta em nosso território é o de armas ilegais, uma vez que a PF autorizou ano passado apenas 1.300 portes e chegam a dizer que existem 20 milhões de armas nas mãos dos brasileiros - analisou.

Ele se preocupa também com os outros policiais:

- Se o comércio de arma e munição for proibido no Brasil, o policial também não vai poder comprar munição suficiente para uso pessoal e para treinar - lamenta Melquisedec, que mais uma vez defendeu a não radicalização na campanha:

- Não existe o bem e o mal nesta questão. Existe apenas o direito de legítima defesa, que tem que ser respeitado. Se alguém entra na minha casa, tenho o direito até de morrer em defesa da minha família, que seja. O que não posso é ter uma atitude passiva.