Correio Braziliense, n. 21754, 08/10/2022. Política, p. 3

Candidatos citam feitos

Henrique Lessa
Gabriela Ornela


No recomeço da propaganda eleitoral em rádio e tevê, os candidatos ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), optaram por um tom mais moderado. Enquanto o petista se dirigiu ao público evangélico, o chefe do Executivo comemorou a eleição do Congresso mais conservador e fez acenos aos eleitores do adversário, na expectativa de uma virada de votos.

A campanha petista reforçou o respeito de Lula à religião e às famílias. “Quando presidente, sancionei leis como a da liberdade religiosa, a criação do Dia Nacional do Evangélico e a do Dia Nacional da Marcha para Jesus”, disse o presidenciável.

A propaganda do ex-presidente também destacou os apoios Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), terceiro e quarto colocados, respectivamente, das eleições.

Mesmo apostando no tom moderado, Lula não deixou de questionar pontos sensíveis do governo Bolsonaro. “O atual presidente foi um desastre na economia, debochou da pandemia da covid-19 e trouxe a fome de volta”, apontou o petista.

O chefe do Executivo, por sua vez, comemorou a eleição de uma bancada mais afinada com as pautas dele. “Terá uma harmonia entre o Poder Legislativo e o presidente da República”, destacou, antes de apresentar falas de governadores eleitos em apoio à campanha, como Cláudio Castro (PL-RJ), Ibaneis Rocha (MDB-DF) e Ratinho Junior (PSD-PR).

No aceno aos eleitores do petista no primeiro turno, frisou que pretende seguir concedendo títulos de terra para todos os assentados. E, na tentativa de reduzir a rejeição entre as mulheres, apresentou um projeto de creches noturnas.

Na avaliação do cientista político André Rosa, os mais necessitados e o público feminino devem ser um dos focos de Bolsonaro neste segundo turno. “O candidato do PL deve focar no 13º do Auxílio Brasil e nas mulheres”, afirmou.

Para a cientista política Luciana Santana, o programa eleitoral mostra algo que deve ser a tônica no segundo turno na estratégia petista: “Pegar os pontos críticos da gestão Bolsonaro e levar isso para a propaganda. De mostrar, de publicizar e até rememorar as pessoas os aspectos negativos”, disse.

 

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