Correio Braziliense, n. 21754, 08/10/2022. Política, p. 4

“Prova dos nove” eleitoral

Luana Patriolino


O Tribunal de Contas da União (TCU) requisitou, ontem, a relação das 4.577 seções eleitorais para compor a amostra da auditoria no sistema eletrônico eleitoral brasileiro. O objetivo é atestar os resultados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 2 de outubro, quando ocorreu o primeiro turno da votação.

A seleção dos boletins de urna foi realizada na última terça-feira, depois da totalização dos votos válidos. Por uma margem de segurança, o TCU selecionou um número 10% maior do que as 4.161 seções necessárias para a fiscalização. A primeira auditoria foi realizada com 560 urnas e não encontrou inconsistências nos resultados do TSE.

Segundo o tribunal, a amostra foi baseada em modelo estatístico representativo do total de urnas, que garante 99% de confiabilidade. As seções eleitorais que serão auditadas estão em 2,3 mil municípios, ou 40% dos locais em que houve eleição, no Brasil e no exterior.

O secretário-geral do tribunal, Frederico Carvalho, destacou que essa etapa é importante para a continuidade ao trabalho. “O TCU vem realizando essa auditoria em várias etapas e vem seguindo rigorosamente os padrões internacionais de auditoria”, garantiu.

Para o secretário do TSE José Levi Mello, o trâmite reforça a lisura do processo eleitoral. “É uma satisfação enorme contar com o acompanhamento do TCU, que é sério, construtivo, sempre presente e que fortifica o trabalho da Justiça Eleitoral. A Justiça Eleitoral é transparente e absolutamente aberta. Aqui só há uma coisa sigilosa: o voto”, afirmou.

O presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, já tinha anunciado que a Corte faria a auditoria. No primeiro turno, o órgão disponibilizou 111 especialistas para a fiscalização das máquinas nas seções eleitorais. Ele afirmou que o procedimento segue normas internacionais. “Quando o boletim de urna chegar, vamos fazer uma comparação com o resultado informado no sistema do TSE. Será uma amostra do eleitoral nacional. Tudo isso, porque seguimos padrões internacionais de auditoria”, observou.

O cálculo leva em conta a proporcionalidade de cada unidade da Federação. “Como decorre da população de cada estado, São Paulo terá mais urnas auditadas do que o Amapá, por exemplo. A Bahia terá mais urnas auditadas do que Sergipe, por exemplo. Exatamente para garantir que essa amostra é representativa do eleitorado”, detalhou o ministro. (Com Agência Estado)