Correio Braziliense, n. 21763, 17/10/2022. Política, p. 2

Moro rouba a cena no estúdio



A presença do ex-ministro e senador eleito Sergio Moro (União-PR) roubou a cena nos bastidores do debate eleitoral, na noite de ontem, em São Paulo. O ex-juiz, que fez as pazes recentemente com o presidente, chegou à emissora acompanhado pelo coordenador de comunicação da campanha de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, e foi recebido como convidado de honra pelo chefe do Executivo.

Na saída, ao lado de Bolsonaro, Moro voltou a associar o PT ao crime organizado e às facções criminosas. “Sou contra o Lula e contra a volta do PT”, afirmou. Questionado pelos jornalistas sobre a acusação de interferência do presidente na Polícia Federal — escândalo que levou à ruptura com o governo em abril de 2020 —, o senador eleito encerrou a entrevista.

Apesar do grande esquema de segurança, o primeiro debate do segundo turno foi pouco prestigiado. Entre os convidados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ex-ministra do Meio Ambiente e deputada federal eleita, Marina Silva (Rede-SP), e o deputado eleito Guilherme Boulos (PSol-SP). Do lado oposto, o deputado estadual eleito, Tomé Abdush (Republicanos-SP) e o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef.

 

Troca de farpas

Durante a sabatina, Bolsonaro acusou o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (PSDB) de ser o criador do orçamento secreto. Nas redes sociais, o ex-deputado rebateu a acusação e chamou o presidente de “pai do orçamento secreto”. Ele afirmou que, tanto Bolsonaro quanto o ex-ministro da Casa Civil Luiz Eduardo Ramos, assinaram a criação do mecanismo.

Ao falar sobre a Petrobras, o chefe do Executivo estendeu a mão e encostou no ombro de Lula. Ao perceber, o ex-presidente desviou, andou para o fundo do cenário e aguardou o adversário terminar de discorrer as acusações. O mesmo gesto ocorreu mais uma vez durante o debate, que tinha uma dinâmica em que um candidato deveria ficar ao lado do outro. Pelo Twitter, os telespectadores comentaram a atitude.

O debate colocou a Band na vice-liderança de audiência. A Quaest contabilizou quase 550 milhões de interações nas redes sociais.

 

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