Título: Garotinho antecipa saída do Governo Rosinha
Autor: Juliana Rocha
Fonte: Jornal do Brasil, 21/10/2005, País, p. A4

Pré-candidato à Presidência quer se dedicar à campanha dentro do PMDB

O secretário estadual de Governo, Anthony Garotinho, anunciou, ontem, em Campos, que entregará o cargo em novembro, dois meses antes do prazo estipulado pela governadora Rosinha Matheus - de 31 de dezembro - para a saída dos secretários que serão candidatos em 2006. Garotinho justifica que está deixando o cargo com antecedência para dedicar-se exclusivamente à campanha junto aos diretórios estaduais do PMDB.

Ele oficializou a pré-candidatura à presidência pelo partido na quarta-feira, em Brasília. O PMDB fará as prévias para escolher quem será o candidato da legenda em 5 de março do próximo ano.

Garotinho esteve ontem em Campos com a governadora para apoiar o candidato Geraldo Pudim, que concorre à prefeitura do município depois que o TRE decidiu anular as eleições de 2004. Rosinha não quis comentar a liberação antecipada do cargo.

Um dos nomes cotados para assumir a secretaria é o ex-prefeito de Piraí Luiz Fernando de Souza, o Pezão. Ele garantiu ao JB, porém, que não irá aceitar a função.

- É uma secretaria muito pesada. Não vou ocupar esse cargo, não - afirmou Pezão, acrescentando que sequer sabia que seu nome havia sido cogitado.

Na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), a expectativa é de que Garotinho poderá pedir para Jorge Picciani, presidente da Alerj, para indicar seu sucessor. Esta seria uma forma de acabar com a crise entre os poderes Legislativo estadual e o Executivo.

Procurado, Picciani não se pronunciou. Um deputado ligado ao peemedebista afirmou que a indicação do cargo não acaba com o mal-estar.

No início da próxima semana, a Executiva do partido deve reunir-se, a pedido de Picciani. A reunião depende da agenda de Garotinho.

A falta de tempo do secretário de Governo é um dos motivos da crise instalada no PMDB do Rio. Picciani tem se queixado que não consegue cumprir as promessas feitas aos deputados estaduais e que não consegue encontrar-se com Garotinho para repassar as cobranças.

O presidente da Alerj ameaçou, na terça-feira, licenciar-se da vaga por três meses, o que deixaria a presidência da Casa nas mãos da oposição.