Valor Econômico, v. 20, n. 4960, 14/03/2020. Finanças, p. C5
Intervenção
do BC no câmbio soma US$ 15 bi no mês
Marcelo Osakabe
O Banco Central injetou o equivalente a US$ 15 bilhões apenas nas duas
primeiras semanas de março para conter a valorização excessiva do dólar. A
forte atuação contrasta com o comportamento de outros bancos centrais cujas
moedas também estão sob pressão, mas que atuaram de forma mais tímida ou apenas
reforçaram o aparato de intervenção no período.
Desde o início de março, o BC vendeu
US$ 7,24 bilhões no mercado à vista e o equivalente a US$ 6 bilhões por meio de
contratos de swap cambial. Na sexta, complementou a ação liberando outros US$ 2
bilhões por meio das chamadas operações de linha, como são conhecidas as
operações de venda com compromisso de recompra.
Nesse período, o dólar acumulou alta
de 8,1% contra o real, bastante abaixo do registrado por divisas como o peso
colombiano (14,1%), o peso mexicano (12%) e o rublo russo (9,4%). País mais
afetado no período, a Colômbia anunciou na quinta a criação de um mecanismo
para prover liquidez em moeda estrangeira no valor de US$ 1 bilhão.
No México, a autoridade monetária
injetou na quinta US$ 2 bilhões em operações de swap cambial. De olho na
volatilidade da moeda, o Banxico já havia anunciado, no início da semana
passada, um reforço do programa de intervenção, que passou a contar com US$ 40
bilhões.
No Chile, o BC estendeu na quinta a
duração de seu programa de swap cambial e de “repo” até 2021. Segundo o
BC, o programa se destina a prover liquidez em meio à deterioração das
condições globais e domésticas. Nesse período, a alta do dólar contra o peso
chileno foi mais modesta, de 2,6%.