Correio Braziliense, n. 21766, 20/10/2022. Política, p. 3
Em Brasília, Tebet critica presidente
Terceira colocada nas eleições, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) esteve, ontem, em Brasília, onde fez campanha para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde que declarou apoio ao petista, a parlamentar tem realizado caminhadas nas cidades que visita e participado de outros eventos para defender a necessidade de uma aliança ampla contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
O primeiro ato foi uma caminhada com apoiadores e candidatos, que teve início na Praça do Povo, no Setor Comercial Sul (SCS), e terminou em frente ao Conic, onde Tebet discursou em um trio elétrico. “O povo vai jogar para o lixo da história este presidente insensível”, declarou. Ao público, contou que muitos integrantes do MDB pediram para que ela se mantivesse neutra no segundo turno. “Eu disse: ‘Vocês têm 48 horas para tomar uma decisão’”, relatou.
Estavam presentes a senadora Leila Barros (PDT), os ex-candidatos a governador do DF Leandro Grass (PV) e Keka Bagno (PSol), o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e a deputada federal Erika Kokay (PT), entre outras lideranças políticas da cidade.
O grupo percorreu ruas do SCS com bandeiras vermelhas. Tebet segurava uma faixa da campanha, seguindo o caminho aberto por uma fanfarra. Das janelas, algumas pessoas jogaram água nos participantes, enquanto outras ecoaram os gritos de “fora Bolsonaro”.
Depois do discurso, Tebet foi à sede da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) para um encontro com a categoria. Antes da reunião, conversou com os jornalistas e deu mais detalhes sobre sua participação no segundo turno. “A minha defesa enfática não é a Lula. A minha defesa enfática é ao único candidato democrata que nós temos”, destacou.
Sobre as últimas pesquisas de intenção de voto, Tebet disse que o eleitorado precisa de tempo para assimilar as notícias mais recentes e demonstrar o efeito das polêmicas envolvendo Bolsonaro.
Citando a fala do presidente sobre adolescentes venezuelanas de São Sebastião, a senadora afirmou que, como cristã, não aceita que a população, também religiosa, “não rechace um presidente que deixou claro ali que havia alguma conotação da parte dele em relação a meninas, a crianças, a adolescentes”.