Correio Braziliense, n. 21766, 20/10/2022. Política, p. 4
Lágrimas e conclamações
São Paulo — A primeira-dama Michelle Bolsonaro chorou, ontem, ao relatar que a filha de 12 anos teria sido xingada na escola, no dia do aniversário, devido a divergências políticas. O relato foi feito durante evento com mulheres apoiadoras da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), em um hotel da zona norte da capital paulista.
“Minha filha fez 12 anos ontem (terça-feira). No dia do aniversário dela, foi para a escola e sempre tem alguns amiguinhos que replicam o que ouvem em casa. E lá a menina replicou e falou ‘você é a p…?’ Eu só estou aqui porque tenho certeza de que ela está bem depois de ganhar um cachorrinho”, disse Michelle, no evento “Mulheres com Bolsonaro” — que visa reduzir a rejeição do presidente entre o público feminino.
Entre louvores e o pedido de votos, a primeira-dama pediu que os presentes se tornassem em multiplicadores de votos para o presidente. Também reforçou o discurso religioso da disputa. “É uma guerra espiritual e as pessoas não estão enxergando”, clamou.
A senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) voltou a associar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao crime organizado. “Escolhemos Bolsonaro ou o diálogo cabuloso com o crime organizado”, exortou.
Já a deputada federal e vice-governadora eleita do DF Celina Leão ponderou que as críticas às falas do presidente não devem ser consideradas, mas, sim, suas realizações. “Dizem o Bolsonaro falou isso, falou aquilo. Quero saber o que ele fez, o que ele faz pelas futuras gerações”, afirmou.
O evento foi organizado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e teve a participação da deputada Bia Kicis (PL-DF), do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do senador eleito Marcos Pontes (PL-SP).