Correio Braziliense, n. 21777, 31/10/2022. Política, p. 5

Moraes enfatiza lisura das urnas

Luana Patriolino
Taisa Medeiros


Passadas as eleições mais conturbadas desde a redemocratização, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, pediu o fim dos ataques ao processo eleitoral. Na noite de ontem, o magistrado fez um pronunciamento em que exaltou as urnas eletrônicas e destacou o trabalho de todas as instituições envolvidas na realização do pleito.

“Urnas eletrônicas são patrimônio nacional, e espero que, a partir desta eleição, finalmente cessem as agressões ao sistema eleitoral, cessem os discursos fantasiosos, as notícias fraudulentas, as notícias criminosas contra as urnas eletrônicas, porque quem novamente atestou a credibilidade das urnas eletrônicas foi o povo brasileiro”, enfatizou, em coletiva de imprensa.

Moraes disse ter ligado para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para o candidato derrotado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), após a divulgação do resultado pela Corte.

“Conversei com o candidato, agora eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e com o atual presidente, Jair Messias Bolsonaro, dizendo que a Justiça Eleitoral estava apta e iria proclamar o resultado oficial das eleições”, destacou. O ministro contou ter cumprimentado os dois “por terem participado do mais importante momento da democracia, que é o momento das eleições”.

Segundo Moraes, Bolsonaro atendeu com “extrema educação, agradeceu a ligação, e não foi mais nada do que isso”. “Da mesma forma que o presidente, agora eleito, Luiz Inácio Lula da Silva”, frisou.

Outro ponto de destaque, segundo Moraes, é a redução do número de abstenções no pleito que, historicamente, é maior no segundo turno. Ele ainda citou as denúncias dos eleitores do Nordeste, que informaram sobre operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas estradas da região.

“Além da menor abstenção, tem uma diminuição dos votos brancos e nulos. O maior percentual de votos da história republicana desde a redemocratização do país. Não houve aumento na abstenção do Nordeste, como muitos estavam dizendo, em virtude da proliferação de notícias que serão apuradas”, ressaltou. “E mais: nos três estados onde houve uma recorrência de denúncias sobre operações da PRF, houve também uma diminuição da abstenção. Encerramos esse importantíssimo momento com o maior número de votos em candidatos da história brasileira.”

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, destacou a importância da Corte eleitoral. “Ao velar pela normalidade e regularidade do processo eleitoral neste ano de 2022, o TSE, uma vez mais, garantiu a certeza e a legitimidade dos resultados das urnas, que merecem respeito”, discursou.

Rosa Weber ressaltou que, apesar “dos tempos conturbados por intensa desinformação e exacerbada polarização”, foi consagrada a vitória do princípio democrático.

A magistrada definiu a Justiça Eleitoral como “patrimônio do povo brasileiro” e o sistema eleitoral brasileiro como “motivo de orgulho e exemplo a ser seguido pela segurança e celeridade que imprime”.

Também participam ministros do STF e do TSE; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti; o procurador-geral da República, Augusto Aras; o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas; o corregedor nacional da Justiça, Felipe Salomão; embaixadores e observadores internacionais.

 

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