Título: Governo garante indenização a pecuaristas
Autor: Dimalice Nunes
Fonte: Jornal do Brasil, 21/10/2005, Economia & Negócios, p. A22

BRASÍLIA - Ainda não há valores definidos e não está totalmente claro quem terá direito, mas o governo federal garantiu que os pecuaristas que tiverem gado abatido por conta da febre aftosa serão imediatamente ressarcidos. A decisão é resultado da reunião de quase três horas realizada ontem entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT.

Foram definidos ainda o apoio federal ao fundo para o amparo dos pequenos produtores da região interditada por conta da aftosa e a consolidação de um programa continental para erradicação da aftosa, que será apresentado na reunião de novembro do Comitê Agrícola do Sul. A idéia é formular políticas comuns a todos os países da América do Sul para a erradicação da doença.

Cerca de 800 animais em Eldorado e Japorã foram abatidos, mas o ministério calcula que cinco mil animais podem ser sacrificados. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil calcula em R$ 18 milhões os prejuízos com o abate do gado. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul, Leôncio de Souza Brito Filho, afirmou que o Lula prometeu liberar R$ 30 milhões. Ninguém, no entanto, fala oficialmente em valores.

- Sempre que ficar caracterizado que não houve vacinação não haverá indenização. A lei estabelece que é indenizado quem cumpre seus compromissos - afirmou Rodrigues.

O governador Zeca do PT disse que todos os pecuaristas atingidos serão ressarcidos.

- A decisão na reunião é de que todos que tiverem seus rebanhos sacrificados vão ser indenizados. Num primeiro momento se indeniza para tranqüilizar o produtor. Essa é a minha proposta - disse Zeca.

O secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel, disse que a indenização será de R$ 50 por arroba. Um boi adulto tem cerca de 15 arrobas. Zeca do PT solicitou reforço do Exército para impedir o trânsito de animais contrabandeados. Acredita-se que a entrada ilegal de animais contribuiu para o surto. (D.N.)