Correio Braziliense, n. 21777, 31/10/2022. Política, p. 6

A terceira vida de Lula como presidente do Brasil

Victor Correia
Favio Grecchi


O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva chega ao  inédito terceiro mandato, que começa em 1º de janeiro de 2023. Ao longo de boa parte da campanha eleitoral, ele remeteu seu futuro governo ao passado, sobretudo à segunda gestão — quando surfou na boa onda da economia mundial e, ao passar a faixa presidencial para a sucessora Dilma Rousseff, seguia para uma aposentadoria temporária com a popularidade de mais de 80%. Quase esteve de volta ao governo pelas mãos da própria ex-presidente, mas foi abatido pela condenação — hoje anulada —, seguida de prisão, na Operação Lava-Jato.

No discurso da vitória, ontem, em um hotel em São Paulo, Lula deixou claro que todas as forças que estiveram com ele nessa corrida eleitoral serão contempladas no futuro governo. Assim, haverá nacos expressivos de poder para o MDB que apoiou a ele e à senadora Simone Tebet (MS), assim como é certa uma vasta participação do PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin e, até mesmo, para o Avante do deputado reeleito André Janones (MG). Outros atores de peso devem se somar ao governo ou à base no Congresso, como o PSD de Gilberto Kassab, e não se afasta nem a hipótese de parcelas do Centrão acenarem para o presidente eleito. Em relação ao PT, será instado a aceitar a divisão do poder que sempre procurou acumular.

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