Título: Venda para civis é pequena
Autor: Ricardo Albuquerque
Fonte: Jornal do Brasil, 23/10/2005, País, p. A4

O resultado do referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munição no país não afetará muito as fábricas brasileiras. É o que afirma o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Raul Casanova Junior.

Segundo ele, a maior parte do que é produzido no país é voltado para a exportação.

- A CBC exporta para 57 países e a Taurus, que também é dona da Rossi, exporta para 80. Dos 15% que sobram, a maior parte vai para polícias e órgãos de segurança privada. A porcentagem para civis é muito pequena - explica.

Dados do Centro de Comunicação Social do Exército mostram que 85% da produção nacional de armas destina-se à exportação. Todas as armas vendidas legalmente no país são controladas pelo Sistema de Controle Fabril do Exército.

Casanova diz, no entanto, que o setor de produção de armas poderá demitir empregados se a proibição for aprovada. Segundo ele, Taurus, Rossi e a CBC empregam juntas mais de três mil pessoas.

- É claro que vai afetar o emprego, mas as vendas para o Brasil são pequenas. Na realidade, essa questão em torno do Não e do Sim se restringe à arma legal, vendida para o cidadão civil. O percentual que as empresas fabricam para esse tipo de consumo não é grande - acrescentou.

Para o diretor de Fabricação de Produtos Controlados do Exército, general Rosalvo, a produção de munições será afetada se a opção Sim do referendo obtiver a maioria dos votos no domingo.

- A regulamentação do comércio é que determinará o nível de dificuldade para produção - explica.