Título: Igreja da Vila Planalto já pode ser reconstruída
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 21/10/2005, Brasília, p. D3

Emenda ao Orçamento, agora liberada, garante recursos para começar as obras

As obras de reconstrução da Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, mais conhecida como Igrejinha da Vila Planalto, devem começar em quatro meses, no máximo. Ontem o deputado federal José Roberto Arruda (PFL) anunciou a liberação de

R$ 400 mil para as obras, resultado de uma emenda dele ao Orçamento da União. A mesma emenda já havia sido apresentada em 2004, mas os recursos tinham sido contigenciados.

O restante do dinheiro, cerca de R$ 400 mil, deverão ser destinados pelo GDF como contrapartida. A secretária de Captação de Recursos, Rossana Cunha Rego, garantiu que os recursos que cabem ao GDF, já estão previstos no orçamento.

- Encaminhamos o projeto e alguns esclarecimentos ao Iphan e ao Ministério da Cultura e esperamos um pronunciamento em 10 dias, no máximo. Aí é só fazer a licitação e começar as obras - explicou.

Surpresa - A notícia de que uma réplica da igreja será construída, surpreendeu os moradores da Vila Planalto. O motoristas José Ilduilson Benigno, 40, que mora na vila desde os cinco anos de idade, acha que vai ser bom ter uma igreja para ir à missa sem sair da Vila.

-Hoje em dia, a gente assiste à missa no tempo, em frente a casa do padre ou temos que ir para igrejas da Asa Norte - disse.

O motorista lembra orgulhoso que a velha igrejinha, toda feita de madeira, é um patrimônio de Brasília e foi uma das primeiras obras feitas na Vila Planalto, onde moravam as pessoas que trabalhavam na construção da nova Capital da República.

-Aqui não tinha da disso que você está vendo hoje. Era só a igreja, umas poucas casas, também de madeira e as ruelas. O movimento todo de gente era aqui - recorda-se.

Incêndio - A Igrejinha da Vila Planalto foi destruída por um incêndio no carnaval de 2000. O templo católico era tombado juntamente com a Vila Planalto.

Segundo o superintendente da 15ª Regional do Iphan, Alfredo Gastal, mesmo sendo uma réplica da original a nova igrejinha perde o status de patrimônio, mas não perde o valor simbólico para a população.

Batismo - O comerciante Marcos Antônio Lima, 37 anos, conta que foi batizado na igreja. Ao saber que ela seria reconstruída exatamente como era, ficou satisfeito. E lamentou que tenham restado poucas casas daquela época.

- Alí onde tem aquele lanchinho, era uma escola de madeira. Não tinha essa área verde. Isso tudo ao redor da igreja eram quintais das casas. Depois de tantas mudanças, talvez pudessem construir uma igreja de concreto, ao invés de madeira - opina.