Correio Braziliense, n. 21781, 04/11/2022. Política, p. 5

Banida da web, Zambelli vai aos EUA

Ingrid Soares


Em decisão nesta quinta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu a deputada reeleita Carla Zambelli (PL-SP) de criar perfis nas redes sociais até a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prevista para ocorrer até o dia 19 de dezembro. A multa para descumprimento da decisão é de R$ 100 mil por cada conta nova criada, podendo incorrer ainda na cassação do mandato de deputada federal. 

As contas da parlamentar foram suspensas no último dia 1º de novembro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao todo, foram bloqueados os perfis da parlamentar em sete redes diferentes: YouTube, Facebook, Instagram, Twitter, Telegram, Tiktok e LinkedIn. Isso porque a corte tem enviado determinações às plataformas para a remoção rápida de grupos de WhatsApp e Telegram com convocação para paralisações nas estradas, pedidos de golpe militar e notícias falsas.
 
Mesmo após a decisão, Zambelli chegou a criar novos perfis nas redes sociais, onde atacou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e incitou novamente atos golpistas. 
 
Ainda ontem, a parlamentar afirmou que viajou aos Estados Unidos em agenda pessoal para “estudar meios de assegurar e restaurar a liberdade de expressão no Brasil junto a autoridades americanas”. A parlamentar alegou ainda não ter informado sobre a viagem aos EUA “simplesmente porque não tinha onde publicar”.
 
“É através das minhas redes sociais que reporto eventos, faço questionamentos, trago conhecimento informativo e divulgo minha agenda. A decisão que censurou todos os meus canais de comunicação tem como objetivo controlar o fluxo de informações e conter uma das maiores vozes conservadoras da internet com mais de 9.520.000 seguidores”, reclamou a parlamentar.
 
No último sábado, véspera da eleição, a deputada foi flagrada perseguindo, com uma arma em punho, um homem no bairro de Jardins, região nobre de São Paulo. A parlamentar alegou que havia sofrido ameaça. Questionada sobre a resolução do Tribunal Superior Eleitoral que proibia o transporte de arma e munição no período das eleições, Zambelli afirmou não reconhecer a norma. “Conscientemente eu estava ignorando a resolução do Alexandre de Moraes, porque ele não é legislador, ele é simplesmente o presidente do TSE e um membro do Supremo Tribunal Federal (STF)”, disse.