Morador do município de Diamantino, Lucas Rutilo, de 42 anos, estava entre os caminhoneiros que chegaram a Brasília após três dias de viagem. “Saímos do Mato Grosso no domingo, com objetivo de parar em Brasília. Nossa intenção é ficar acampado no Quartel General para aguardar o relatório do Ministério da Defesa, que apontará se houve fraude ou não nas urnas eletrônicas”, ressaltou o bolsonarista. A auditoria dos militares não apresentou nada que possa contestar o resultado da eleição.
Acompanhado da filha de 12 anos, Lucas disse que está “enfrentando uma guerra contra os poderosos que estão à frente do poder”. Para ele, a principal arma é a fé. “Antigamente, os guerreiros saíam com seus cavalos e iam para as guerras com suas armaduras em busca da liberdade para seu povo. A diferença é que, hoje, estou montado em um cavalo de aço e a minha armadura é a fé que tenho”, afirmou.
O agricultor Isaías Augusto da Silva, 67, saiu de Juara, a 50 quilômetros de Cuiabá, para vir na caravana de caminhoneiros a Brasília. Sem previsão de voltar para casa, repetiu o bordão bolsonarista que inunda as redes sociais de que houve fraude nas urnas.
“Viemos batalhar a favor do bem contra o mal. O novo governo ganhou porque os votos foram roubados”, afirmou, sem apresentar provas sobre o que disse.
Segurança
Com a chegada desse grupo, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Distrito Federal solicitou que a Polícia Militar (PMDF) escoltasse o grupo até o SMU para reduzir o impacto no trânsito da cidade. Ainda de acordo com a pasta, os caminhoneiros não terão um lugar específico para ficar.
Até a noite de ontem, os veículos estavam estacionados nas proximidades do Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN), aguardando autorização para ir ao QG, pois a Polícia do Exército bloqueou as entradas com cones. Além dos caminhoneiros, cerca de 20 carros também chegaram a Brasília para se juntar aos radicais.
Convocados, a PM, a SSP, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), a Guarda Presidencial e a Polícia do Exército ficaram responsáveis pela área militar.
Depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) que passasse à Corte as identificações e o registro das multas aplicadas desde que caminhoneiros tentaram bloquear as estradas contrariados com a vitória de Lula nas urnas, a corporação anunciou, ontem, que não há mais fechamento de rodovias.