“O Brasil está de volta”, assegurou Lula. “O Brasil não pode ficar isolado como esteve nos últimos quatro anos, com um governo que não fez nenhum esforço para conversar com o mundo.” Ele participou como convidado especial da presidência egípcia da conferência do clima da ONU.
“Fiquei feliz em me encontrar ontem à noite (terça-feira) com o presidente eleito Lula e fiquei animado pela forma como ele falou, para enfrentar o problema de uma vez por todas, para preservar a Amazônia”, afirmou Kerry. “Trabalharemos de forma diligente para alcançar esse objetivo ao lado de nossos aliados, Noruega, Alemanha e outros países que estão profundamente comprometidos com isso há muito tempo”, acrescentou.
O World Resources Institute afirmou, em comunicado, que “a atmosfera está cheia de esperança e expectativas”. A efervescência causada por Lula amenizou o morno impacto da sociedade civil na conferência organizada no extremo sul do Sinai egípcio, em uma região isolada inclusive do balneário de Sharm el-Sheikh.
Antes de ir ao Egito, Lula enviou vários nomes de sua confiança para preparar o terreno, como as ex-ministras do Meio Ambiente Marina Silva (2003-2008) e Izabella Teixeira (2010-2016).
Na chegada, ontem, ao pavilhão brasileiro da COP27, Lula foi recebido com aplausos por centenas de pessoas. O local, nomeado “Amazônia Legal”, foi instalado pelos nove estados brasileiros que pertencem à bacia amazônica e estava lotado uma hora e meia antes do início do evento. Ativistas, indígenas e muitos jornalistas marcaram presença para ouvir o primeiro discurso do futuro chefe do Executivo.
No evento, Marina Silva defendeu com veemência a criação de uma nova Secretaria Nacional para coordenar a ação climática entre os vários ministérios e destacou a meta de reflorestamento de 12 milhões de hectares.
Já o governador do Pará, Helder Barbalho, leu uma carta conjunta dos governadores da bacia amazônica, na qual pedem a Lula “maior celeridade na tramitação dos apoios internacionais”.