Título: Não é forte, mas sim tem mais voto
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 23/10/2005, Brasília, p. D1

São de Brasília tanto o presidente da frente que combate o desarmamento quanto o defensor da proibição do comércio

No dia do referendo sobre a proibição do comércio de armas e munição, deputados e senadores da bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional justificam suas opiniões. Em entrevista ao Jornal do Brasil, boa parte da bancada brasiliense apresenta os argumentos para a defesa do não ou do sim. A maioria dos parlamentares eleitos pelos brasilienses responderá sim à questão: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil? Apesar da preferência pela resposta afirmativa entre os deputados e senadores, as duas frentes parlamentares estão bem representadas no Distrito Federal.

A força do não na bancada candanga é forte. O presidente da Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa, contrária à proibição da comercialização, é o deputado Alberto Fraga (PFL). Em outras palavras, é ele o comandante da luta em favor do comércio de armas, O parlamentar, coronel da Polícia Militar, defende com veemência a votação pelo não.

Na Frente Parlamentar Brasil Sem Armas, parte da bancada do DF também registra sua opinião. Dos oito deputados federais, dois fazem parte, como militantes oficiais, da frente que apóia o sim: Maninha (PSOL) e Wasny de Roure (PT).

Muitos dos parlamentares criticam a falta de informação da população em relação ao referendo. A consulta sobre a proibição do comércio de armas de fogo e munição estava prevista no Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03), aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O texto limita a aquisição de armamentos a algumas entidades definidas pela lei e proíbe pessoas físicas de comprarem armas. A proibição, no entanto, ficou condicionada à realização do referendo, marcado para hoje.