Título: Cresce oferta de gás de botijão
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 22/10/2005, Economia & Negócios, p. A20
O Brasil deverá alcançar a auto-suficiência de Gás Liqüefeito de Petróleo (GLP) no próximo ano, como conseqüência da entrada em produção da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do campo de Manati, na Bahia. Para o diretor do Departamento de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Claudio Akio Ishihara, também pesarão os investimentos na modernização das refinarias da Petrobras, o que permitirá a extração de maiores frações do derivado no processamento do petróleo.
Ishihara participou ontem do seminário O papel do GLP no cenário energético da indústria, promovido pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás) na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Na ocasião, o presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello, admitiu que essa auto-suficiência também será obtida às custas da substituição do insumo pelo gás natural, ocorrida nos últimos dez anos.
Para ele, à medida que se confirmar o cenário de escassez do gás natural, previsto pela maior parte dos empresários do setor para 2009 e 2010, a tendência será de reversão da auto-suficiência. Mesmo assim, projetou, a correlação entre oferta e demanda do produto não chegará a ser tão desfavorável para a balança comercial brasileira.
Ishihara informou que, nos últimos 12 meses, as vendas de GLP no Brasil chegaram a 12 milhões de metros cúbicos, dos quais 1,5 milhão importados.