Título: Zôo cria jardim de borboletas
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 22/10/2005, Brasília, p. D8

Borboletário inaugurado ontem, em área de 228 metros quadrados, reúne as mais bonitas espécies do cerrado e já se transforma em atração especial

Imagine um grande jardim repleto de borboletas dos mais variados tamanhos e cores. Assim é o borboletário inaugurado ontem, no Zoológico de Brasília. Numa área de 228 metros quadrados, a estrutura arredondada de alumínio e sombrite ¿ um tipo de tela protetora ¿ abriga cerca de 500 borboletas representadas por 10 espécies do cerrado. E isso é só o começo. Carolina Lobo, a bióloga responsável pelo borboletário explica que o lugar pode abrigar até duas mil borboletas e trinta e sete espécies. A área tem 228 metros quadrados e foi dividida em três micro-habitats - mata fechada, brejo e área seca. Os visitantes divididos em grupos de no máximo 20 pessoas podem passar entre as plantas e ver as borboletas bem de perto.

- É um espaço interativo em que as pessoas poderão conhecer o ciclo de vida da borboleta. Apesar de muitos acharem as lagartas seres pavorosos, é a partir delas que surgem esses belos insetos. No borboletário as pessoas vão conhecer o que chamamos de lagartário. Uma vitrine com vários insetos se alimentando de folhas e que mais tarde se transformarão em borboletas. Isso vai ajudar muito no processo de educação ambiental ¿ destaca a bióloga.

Preservação

Na entrada os visitantes terão a oportunidade de ver um espaço que mostra o ciclo de vida dos insetos nas formas de ovo, larva, casulo e com asas. Outra importante função do borboletário, além de proporcionar lazer, educação ambiental e pesquisa, será a de preservar espécies do cerrado em extinção, como por exemplo uma borboleta de nome difícil, mas que pela descrição da bióloga parece ser muito bonita.

- É a parides burchellamus. Esta é uma borboleta preta com uma manchinha rosa em cada uma das asas posteriores e que está praticamente extinta aqui na região ¿ afirma.

Além de três biólogas e uma pessoa responsável pela produção vegetal, dois monitores, dois tratadores e dois jardineiros e vão manter o espaço em condições de receber a população e preservar os insetos.

Para formar o borboletário os pesquisadores coletaram na natureza 10 matrizes de cada sexo e esperaram o processo normal de reprodução. Na natureza, cada borboleta põe em media 100 ovos. Desses, apenas sete chegam a fase adulta. Em cativeiro a proporção é muito maior. De cada 100 ovos, 70 sobrevivem e ficam adultos.

Compensação ambiental

A construção do borboletário começou em julho de 2004 e teve um custo de R$ 160 mil. Todo o custo foi bancado pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária, (Infraero) como compensação da área desmatada para a construção da segunda pista do aeroporto de Brasília. As visitas ao borboletário acontecem de quinta à domingo, das 9h às 17 h. Escolas e instituições precisam agendar.