Título: Roriz critica recurso a referendo
Autor: Lorenna Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 24/10/2005, Brasília, p. D1

Para governador do Distrito Federal, essa não é a melhor forma de se tomar decisões como o comércio de armas de fogo

O governador Joaquim Roriz afirmou ontem que o referendo não é a melhor forma de se decidir sobre a proibição ou não do comércio de armas. Roriz, que votou ao meio-dia, na QR 404/406, em Samambaia disse ser contra a consulta. - Tenho restrições a essa consulta popular. Acho desnecessária. Há outras formas de resolver o problema de desarmamento, que não precisava ser por meio de um plebiscito, envolvendo todo o povo brasileiro - afirmou.

Questionado, o governador não quis revelar seu voto. Com as pesquisas indicando a maioria dos votos para o não, o governador deu a dica.

- Não devo dizer meu voto, mas meu sentimento é de que vou ganhar. Vou participar da festa da resposta vencedora, que é da maioria - garantiu.

O presidente da Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa, a frente do não, o deputado Alberto Fraga (PFL) votou às 10h, na quadra 08 da Octogonal. Apesar de votar não, Fraga afirmou que, para ele, quem está armado na rua e não é policial é bandido.

- O estatuto já está aí para prender quem anda com armas irregularmente, o que não é certo é tirarem o direito de o cidadão comprar uma arma - alegou.

Sucessão - A corrida pelo buriti, que já esquenta os bastidores da política, foi assunto evitado pelos pré-candidatos. Na Octogonal, onde afirmou ter votado pelo sim, o deputado José Roberto Arruda (PFL), não quis falar das eleições do próximo ano e preferiu a frase de efeito '' Cada dia sua agonia''.

O senador Paulo Octávio, que votou às 15h na 416 Sul, também afirmou ter escolhido o sim.

- Sou a favor do desarmamento de todo mundo, quero ver um dia a polícia sem armas ou então usando armas imobilizadoras. Não pode continuar acontecendo crimes como o que aconteceu com o brasileiro em Londres ou o como os que acontecem com milhares de brasileiros diariamente - afirmou.

Sobre o candidato do PFL ao governo, o senador afirmou que a decisão será tomada apenas em junho de 2006.

- Sou candidatíssimo ao Buriti e todos sabem disso. Mas candidato qualquer um que está filiado pode ser, a decisão mesmo é do partido - apontou.