Correio Braziliense, n. 21816, 09/12/2022. Política, p. 2

Haddad: reunião "excelente" com Guedes



Favorito para o Ministério da Fazenda, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) se reuniu, ontem pela manhã, com o ministro da Economia, Paulo Guedes. O petista afirmou ter sido bem recebido e que o encontro foi “excelente”.

“Passamos em revista vários assuntos importantes. Obviamente que, em uma reunião de uma hora e meia, não é possível esmiuçar todos os assuntos, mas foi uma excelente reunião. Fui muito bem recebido, definimos agenda de trabalho a partir da semana que vem”, relatou o ex-ministro da Educação, após o encontro, apenas entre os dois.

Haddad disse que foi ao ministério na condição de interlocutor do grupo de economia da transição. “O que a gente procurou passar na transição é o conceito de neutralidade fiscal. Ou seja, a despesa em proporção ao PIB (Produto Interno Bruto) de 2023 não pode ser menor do que a despesa em proporção ao PIB de 2022, para que não chegue a dezembro do ano que vem com problemas de dezembro deste ano”, argumentou.

Já o ministro Paulo Guedes disse que conversou com Haddad e com a equipe de transição sobre a necessidade de aprimorar o teto de gastos. Ele fez a afirmação durante transmissão da cerimônia de premiação do XXVII Prêmio Tesouro de Finanças Públicas, que teve como tema “O Brasil como uma potência verde”.

“É preciso manter um duplo compromisso, com a responsabilidade fiscal de um lado. Estive em 16 sessões no Congresso explicando cada R$ 1 bilhão de furo do teto”, frisou. Segundo ele, o teto é uma das ferramentas disponíveis, e que a equipe econômica utiliza também várias outras. “Explicamos cada vez que furamos o teto pelo defeito de construção. O teto foi muito mal construído”, criticou.

Austeridade

Guedes ressaltou que, ao longo do tempo, foram feitos reparos, mas sempre honrando a austeridade fiscal, e que o Tesouro e a Secretaria de Política Econômica (SPE) fizeram projetos de revisão de teto.

“Certamente, estamos conversando com a transição, com a economia, mostrando que há aperfeiçoamentos e que vamos seguir aperfeiçoando essas ferramentas”, relatou. “O que queremos é a sustentabilidade fiscal. Tem muito mais a ver com dívida/PIB do que com teto. Veja que absurdo: estou atrasado para pagar o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), mas, se eu pagar o BID, eu furo o teto.”

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