Título: SP isola animais em duas fazendas
Autor: Dimalice Nunes
Fonte: Jornal do Brasil, 25/10/2005, Economia & Negócios, p. A19

O governo descartou ontem a possibilidade de animais do Estado de São Paulo terem sido contaminados pela febre aftosa. Alguns bovinos participaram de uma feira em que houve suspeita da doença no Paraná e poderiam ter contraído o vírus.

A Eurozebu, realizada em Londrina (370 km ao norte de Curitiba) entre os dias 1º e 9 deste mês, expôs gado oriundo de região infectada de Mato Grosso do Sul. No total, 37 animais da raça Limousain de Itapetininga (19 cabeças), São Carlos (13) e Restinga (5) estiveram na feira, no início do mês. Os animais foram exibidos e, em seguida, retornaram às cidades de origem.

Em três fazendas das regiões de Itapetininga e de Itararé, os animais estão isolados. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, os animais serão monitorados.

A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento informou que técnicos da defesa agropecuária fizeram inspeções no domingo na fazenda Arco Azul, em Restinga, e ontem, em propriedades de São Carlos e Itapetininga, com o objetivo de isolar os animais que participaram do evento por 10 dias.

Devido às suspeitas de que a doença tenha chegado do Paraná, o governo paulista decidiu rastrear todos os animais que deixaram terras paranaenses e entraram em São Paulo desde o dia 1º. Os animais tiveram como destinos 24 municípios de 17 regiões de São Paulo.

- Em relação a São Paulo, está tudo resolvido, afirmou o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que acrescentou: ''Não há a menor hipótese de aftosa porque o período de incubação da doença já teria vencido''.

Já no Paraná, cerca de 600 cabeças de gado estão sendo monitoradas até que os exames sejam encerrados.

Embora os focos confirmados estejam restritos a Mato Grosso do Sul até o momento, alguns países, como os da União Européia e o Chile, suspenderam as compras de carne também de São Paulo. O governo trabalha para que o veto seja suspenso. Mas Rodrigues admite que, uma vez confirmada a aftosa no Paraná, vai ser mais difícil negociar o fim dos embargos. Ele aproveitou também para defender-se novamente das críticas contra a falta de recursos.

- O Paraná tem um orçamento extraordinário para defesa sanitária, muito maior do que o governo federal poderia dar ao Paraná, então nem sempre a questão do recurso é o fator causal - disse.