Título: BC indica novos cortes na Selic
Autor: Silmara Cossolino
Fonte: Jornal do Brasil, 28/10/2005, Economia & Negócios, p. A19

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem pelo Banco Central, mostra que o espaço para que haja juros menores no futuro continuará se consolidando ¿ e de forma natural ¿ à medida que houver ¿melhora de percepção dos indicadores macroeconômicos¿. De acordo com o documento, referente à reunião que reduziu a taxa Selic de 19,5% para 19% ao ano, o Comitê mostra que a flexibilização da política monetária (redução dos juros) não deverá comprometer as conquistas obtidas nos últimos meses no combate à inflação.

Segundo o documento, ¿tendo em vista as incertezas que cercam os mecanismos de transmissão da política monetária e os riscos associados aos cenários traçados em cada momento, o Comitê avalia que será necessário acompanhar a evolução do cenário prospectivo para a inflação até sua próxima reunião para, só então, definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária¿.

O Copom continua atribuindo baixa probabilidade de um cenário de deterioração nos mercados financeiros internacionais. No entanto, ao fazer uma análise do comportamento externo, expressou que um dos fatores de preocupação adicional está associado aos desequilíbrios nas contas externas de algumas economias e à possibilidade de que eventuais ajustes acabem em grandes flutuações cambiais.

O Copom permanece atribuindo ¿baixa probabilidade a um cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais¿. O documento divulgado ontem mostra que o Comitê não prevê novos aumentos dos combustíveis este ano.

As projeções de reajuste para as tarifas de telefonia fixa e energia elétrica para o ano 2005 também não sofreram alteração, permanecendo em 6,7% e 7,6%, respectivamente. Assim, o Comitê manteve as projeções de reajuste para o conjunto de itens administrados por contratos para o ano em 7,8%, que tiveram peso de 29,9% no IPCA de setembro.

Já a projeção de reajuste dos itens administrados por contratos e monitorados para 2006 foi reduzida, passando de 5,3% para 5,1%, sendo que foi ampliado o número de itens projetados individualmente, possibilitando maior precisão nas projeções para 2006.