Título: PFL vive briga de foice, com acusações mútuas
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 30/10/2005, Brasília, p. D3

Aliados de Arruda dizem que senador recuou de compromisso

Se o partido com mais pré-candidatos é o PT, com cinco nomes que pretendem concorrer à vaga de candidato à governador pela legenda, ainda é no PFL que a concorrência pela candidatura ao GDF está mais apertada. Os dois pré-candidatos pelo partido, senador Paulo Octávio e o deputado federal José Roberto Arruda, não se entendem sobre o assunto. Segundo o deputado federal Alberto Fraga (PFL - DF), Arruda resolveu ficar no PFL porque o senador Paulo Octávio teria garantido que desistiria da candidatura ao GDF. O acordo, como conta Fraga, foi feito sob o seu testemunho e o do deputado federal Osório Adriano (PFL - DF). À época, o governador teria convidado também a esposa de Paulo Octávio, Anna Christina Kubtischek, para se filiar ao PMDB e sair como candidata a vice de uma chapa apoiada por Roriz.

O senador nega o acordo e diz que dessa vez não abrirá mão da candidatura ao Buriti.

- Abri mão de outras vezes. Dessa vez quero sair candidato - afirma Paulo Octávio, que não esconde a vontade de ocupar, no futuro, cargo mais alto na política.

De acordo com a versão de Paulo Octávio, ele e Arruda teriam feito um acordo em que sairia como candidato do partido aquele que estivesse em melhor posição nas pesquisas e obtivesse o apoio do governador Joaquim Roriz.

Se o critério usado fosse a liderança nas enquetes populares, Arruda sairia como candidato por enquanto. Na última pesquisa divulgada pelo Instituto O&P Brasil, em meados deste mês, o deputado aparece em primeiro lugar nas intenções de voto, com 33%. O senador pefelista, por sua vez, ocupa a segunda posição com 19,5%.

No entanto, segundo Paulo Octávio, o acordo firmado perdeu a validade quando Roriz anunciou que não apoiaria ninguém na disputa pelo GDF.

- O acordo que tenho se refere ao apoio do governador que praticamente não existe porque ele foi claro ao dizer que não tem candidato - diz Paulo Octávio.

O deputado Osório Adriano demonstra preocupação com a disputa interna na legenda.

- Eu tenho sido a estopa entre os dois. A posição do partido na campanha é muito boa, mas muito ruim se houver dissidência - confessa Adriano, que acredita que a definição do partido vai ser tomada naturalmente de acordo com as pesquisas de intenção de votos.

- Nós do PFL preferimos que a decisão não seja tomada em convenção porque tememos que no fim o que não for vencedor não tenha muito ânimo de apoiar quem ganhou - afirma o deputado.