Título: Começam protestos contra Bush
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Fonte: Jornal do Brasil, 01/11/2005, Internacional, p. A8

A capital argentina já está coberta de cartazes contra a presença do presidente George Bush na 4ª Cúpula das Américas. ''W. Vá para casa'', diz o mais comum, numa alusão ao nome do meio do presidente, Walker, que chega ao país na quinta-feira à noite. A esses, somaram-se fotos da guerra no Iraque e frases como ''meta-se com seus assuntos'', ''fora, assassino de crianças no Iraque'', ''basta de genocidas na América'' e ''Bush, a América Latina te repudia, não entre''.

Em Mar del Plata, o clima não é menos hostil, e os protestos contra a presença do governante americano já começaram ontem, o que deixou as forças policiais locais em alerta.

No primeiro dia da cúpula, alguns grupos de manifestantes chegaram a fechar algumas ruas próximas à zona de exclusão, de segurança máxima. Houve buzinaço e engarrafamento, o que serviu para piorar ainda mais o tumulto causado pelos imprevistos registrados na estréia do esquema especial de segurança montado para a região onde os chefes de estado vão estar concentrados.

A promessa é que os protesto se intensifiquem ao longo da semana, e para sexta-feira é esperada uma marcha que deverá parar a cidade. Em uma entrevista coletiva para a imprensa, grupos que se apresentam como responsáveis pelas manifestações ao longo da semana divulgaram comunicado conjunto. No documento, George Bush foi apresentado como ''o maior genocida da humanidade, a quem não se deve dar descanso nem quando ele deixar nosso país.''

Nessa atmosfera, empresas de origem americanas com filiais na Argentina também estão adotando esquemas especiais de segurança para se protegerem de possíveis ataques.

Só na semana passada, houve 15 ameaças de bombas na cidade e duas delas foram à rede de locadoras de filmes Blockbuster, que não se confirmaram. Dois bancos americanos - BankBoston e Citibank - colocaram chapas de ferro em suas fachadas e o Mc Donald's pensou em fechar as portas até o fim da cúpula. As três empresas foram vítimas de atentados feitos em junho, também motivados por protestos contra o ''imperialismo americano''.