Título: Copom terá menos reuniões em 2006
Autor: Silmara Cossolino
Fonte: Jornal do Brasil, 01/11/2005, Economia & Negócios, p. A17

A partir do ano que vem, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deixará de se reunir uma vez por mês para definir a taxa básica de juros. Os encontros passarão a acontecer em intervalos de aproximadamente seis semanas. A mudança será efetuada devido à ''crescente normalização e estabilidade do ambiente econômico do país, que reduz a necessidade de decisões referentes à fixação da taxa de juros básica em maior freqüência''.

Com a alteração, haverá oito reuniões ao ano, em vez das 12 - feitas mensalmente desde 1996, quando o comitê foi criado. As datas de 2006 foram divulgadas ontem. A primeira reunião está marcada para 17 e 18 de janeiro, e a segunda, para 7 e 8 de março. O último encontro será em 28 e 29 de novembro.

A mudança aproxima o modelo brasileiro do sistema do Fomc, sigla em inglês para comitê de mercado aberto do Federal Reserve, o BC americano. Nos EUA, as decisões sobre juros são tomadas em reuniões que acontecem a cada seis semanas.

Economistas avaliam positivamente a decisão de realizar menos reuniões ordinárias do Copom em 2006. Segundo eles, a medida diminui os ''holofotes'' sobre o Banco Central e não deve ter impacto na velocidade de queda dos juros.

- A periodicidade mensal é exagerada - afirma Luciano Coutinho, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp.

Para Carlos Cavalcanti, economista-chefe do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a modificação denota maior confiança na política monetária. Julio Gomes de Almeida, diretor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), endossa:

- Isso evita a tensão pré-Copom e reduz os holofotes sobre o BC e tira um pouco o foco da política de juros, que contamina a economia - diz.