Título: Senador deve enfrentar processo difícil na Casa
Autor: Hugo Marques e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 02/11/2005, País, p. A2

No Conselho de Ética, os senadores preferem a cautela e não estão emitindo pronunciamentos a respeito de eventual julgamento de Geraldo Mesquita (sem partido-AC), até para não ficarem sob suspeição se tiverem de levar a questão para o voto. Um parlamentar do Conselho revelou que a situação do senador pode ficar complicada quando ele revela que um ex-servidor pagou, com parte do salário, camisetas de times de futebol, comida e transporte para o escritório em Sena Madureira.

Ontem, o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA) deu um prazo de cinco sessões para que Mesquita apresente as explicações sobre a cobrança do mensalinho. Além do Conselho, a Corregedoria da Câmara também investiga o caso. Mesquita acredita que seu perfil combativo pode refletir em seu eventual julgamento.

- Não estou em condições de exigir completa isenção na apuração destes fatos. É complicado, isenção total aqui no Senado - diz o parlamentar.

Nos bastidores, a presidente do P-SOL, senadora Heloísa Helena (AL), se movimenta para diminuir a velocidade do eventual julgamento de Mesquita no Conselho de Ética. Ele pediu afastamento do partido após ser acusado de cobrar mensalinho de assessores. Isso, no entanto, não o distanciou da sigla, para a qual pode voltar.

Nos últimos dias Heloísa Helena procurou senadores para reclamar que o Conselho de Ética está dando ''celeridade'' ao julgamento de Mesquita. Ela admite que vem cobrando ao processo de Mesquita a mesma celeridade que a Casa está dando no andamento do caso do ex-ministro da Previdência e senador Romero Jucá (PMDB-RR).