Título: Mais briga no PMDB
Autor: Rodrigo Camarão
Fonte: Jornal do Brasil, 02/11/2005, País, p. A4
Depois de ameaçar deixar a presidência da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) reclamando de pouca atenção do governo do Estado, o deputado Jorge Picciani voltou sua artilharia para o vice-governador e secretário de Meio Ambiente, Luiz Paulo Conde. Em pesquisas para o Senado encomendadas pelo PMDB, Picciani, que lançou seu nome como virtual candidato, fica em situação pouco confortável com 1% das intenções de voto. Na outra ponta, aparece o vice-governador Conde, com 15%, liderando a disputa, apesar de não ser o candidato oficial.
Em entrevista aos jornalistas Ricardo Boechat, Sérgio Costa e Belisa Ribeiro, da TV Bandeirantes no domingo, o presidente da Alerj admitiuque Conde é uma possibilidades, mas disparou que o vice-governador não era ''homem de partido'' e, por isso, o presidente da Alerj deveria ser o candidato da legenda.
- Há a minha candidatura ao Senado, e a do Sérgio Cabral a governador - destacou Picciani, que não quis dar declarações ontem.
O vice-governador disse ao Jornal do Brasil não acreditar que Picciani tivesse sido agressivo e ainda assegurou que não está brigando pela vaga. Peemedebistas, entretanto, reconhecem que Conde estaria atuando nos bastidores para fortalecer seu nome como candidato.
- Não estou brigando por legenda. Não me lancei candidato. Quem se lançou foi o Picciani. Estou numa boa. Não acredito que o Picciani fale mal de mim, até porque me dou bem com ele - disse.
O vice-governador, entretanto, ironiza a posição de Picciani nas pesquisas:
- As pesquisas podem derrubá-lo, não eu. Pessoas mais conhecidas levam vantagem.
A determinação de Conde de não comprar briga publicamente tem razão de ser. Ele espera definição da governadora Rosinha Garotinho e do ex-governador e secretário de Governo Anthony Garotinho. Caso Rosinha tenha que deixar o governo para se candidatar ao Senado, em abril, o Conde assumiria o governo e Picciani seria suplente dela.
Antes do prazo para filiação partidária, em setembro, Conde conversou com outros partidos em busca de legenda. Ele ficou no PMDB com a promessa de que sua secretaria seria fortalecida.
Isso ocorreu esta semana. O programa Nova Baixada foi transferido da secretaria de Integração Governamental para a pasta de Conde. O projeto, com verba do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) faz obras em 16 municípios da Baixada.