Título: Mais dois países embargam carne do Brasil
Autor: Dimalice Nunes
Fonte: Jornal do Brasil, 02/11/2005, Economia & Negócios, p. A19

Mais dois países impuseram embargos parciais ou totais à carne brasileira, em decorrência do surgimento de focos de febre aftosa. Malásia e Cabo Verde se juntam a outras 47 nações que criaram restrições à compra do produto. Ontem, o governo anunciou a existência de dez novas suspeitas de foco, todas em Japorã, município de Mato Grosso do Sul que já está na área isolada devido ao surgimento de casos confirmados anteriormente. O Ministério da Agricultura publicou ontem, no Diário Oficial, uma lista com 41 municípios considerados área de risco de contaminação de febre aftosa. Essas cidades não poderão permitir a saída de animais suscetíveis à doença nem a venda de produtos e subprodutos como a carne.

No Mato Grosso do Sul, onde surgiram os primeiros focos, há cinco municípios. No Paraná, foram considerados de risco quatro municípios com casos suspeitos de aftosa. Além disso, 32 cidades paranaenses da região onde ocorrem as suspeitas também foram incluídas na lista. Nestes locais, o trânsito de animais ou de carne será liberado de acordo com as medidas de combate à doença.

A instrução normativa tornou oficial, também, a derrubada de barreiras estaduais ao fluxo de gado e carne que venham das áreas livres do isolamento. Para Luiz Antônio Nabhan, presidente da União Democrática Ruralista (UDR), a medida do governo foi precipitada.

¿ As fronteiras têm de ser reabertas, mas não neste momento ¿ afirmou.

Ontem, foi iniciada a segunda etapa da campanha de vacinação de gado contra a aftosa. A expectativa é que 161,2 milhões de bovinos sejam imunizados ¿ 80% do total do país.

A campanha irá atingir 15 estados e o Distrito Federal. Goiás, Rondônia e São Paulo já haviam antecipado a etapa, logo após a confirmação dos primeiros focos da doença. A primeira fase ocorreu em maio.

O sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, pediu ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que intermediasse negociações dos trabalhadores com o setor privado e com os governos estaduais para evitar a demissão de trabalhadores ligados à produção de carne no país devido aos embargos. Os frigoríficos brasileiros empregam cerca de 250 mil trabalhadores. O sindicalista propôs ao ministro que sejam discutidas medidas para estimular o consumo interno de carne.

Com agências