Título: Valério rechaça acusações
Autor: Daniel Pereira e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 05/11/2005, País, p. A3

Marcos Valério Fernandes de Souza afirmou ontem, por meio de nota, que são ''equivocadas, fantasiosas e inverídicas'' as informações do relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Ele não só contestou a versão de que a DNA teria que devolver R$ 9 milhões à Visanet como apontou situação inversa: a agência teria dinheiro a receber. Nos sete itens da nota em que dá sua versão para a questão da verba da Visanet administrada pelo Banco do Brasil, Valério alega que os R$ 35 milhões depositados ficaram ''intactos'' na conta. Segundo ele, a DNA tinha saldo de R$ 11 milhões, além dos R$ 35 milhões da verba da Visanet, e esse seria o dinheiro aplicado no BMG.

Na versão do relator, R$ 10 milhões dos R$ 35 milhões da Visanet foram aplicados no BMG pela DNA, que fez empréstimo no mesmo valor a Valério, dinheiro que teria irrigado o caixa do PT.

- O depósito de R$ 35 milhões da Visanet na conta da DNA aconteceu em 12 de março de 2004, data em que havia no caixa da DNA a quantia de R$ 11,657 milhões. No dia 22 de abril de 2004, quando foi feita a aplicação de R$ 10 milhões no BMG, o caixa da DNA tinha R$ 46,133 milhões. Ou seja, os R$ 35 milhões da Visanet continuavam intactos - diz a nota de Marcos Valério.

Na próxima semana um de seus advogados irá levar para as CPIs dos Correios e do Mensalão a documentação fiscal, contábil e bancária sobre os serviços prestados à Visanet. Como o BB informou que a DNA tem que prestar contas de R$ 9,1 milhões, porque não haveria comprovação de prestação de serviços de marketing e comunicação, Valério disse que a DNA e o banco ''realizavam, sistematicamente o encontro de contas'', e que não há saldo de R$ 9 milhões a ser restituído à Visanet. Ele acrescentou: ''Pelo contrário, documentos comprovam que a DNA chegou a efetuar pagamentos, que devem ser ressarcidos''.

O valor que a DNA teria a receber não foi informado. A assessoria de Valério disse que ainda está sendo feito levantamento na contabilidade da agência.

Também em nota, a DNA contestou as declarações do relator. Segundo a agência, todas as informações e documentações foram encaminhadas à PF, que fez investigação.

''A DNA Propaganda reafirma que jamais cobrou da Visanet, do Banco do Brasil, ou de qualquer outro cliente serviços que não tenham sido devidamente prestados e comprovados.''

A agência lamentou a ''divulgação precipitada e incorreta de responsabilidades'' e disse que ''não fez empréstimos bancários e não repassou um só centavo ao PT, a políticos de qualquer partido ou pessoas ligadas a estes''. (FP)