Título: Gasto de R$ 1,3 mil cai para R$ 150
Autor: Bruno Rosa
Fonte: Jornal do Brasil, 06/11/2005, Economia & Negócios, p. A18

O serviço do Papo POP é gratuito, embora ainda não esteja disponível em todo o país. O usuário deve ligar para o telefone do provedor, pagando tarifa local. As ligações serão convertidas para o ambiente de internet pela GVT, um procedimento conhecido como rede híbrida de VoIP, já que converte a tradicional chamada de PABX no protocolo IP. A novidade já atinge 184 cidades em diversos estados, entre os quais Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

Com isso, a GVT aproveita para aumentar o tráfego em sua rede de telefonia e divulgar outros produtos. Hoje, sua participação de mercado é de 14% nas áreas onde atua. Pouco em comparação com as demais fixas, mas uma fatia expressiva se comparada com as outras empresas-espelho. De acordo com a companhia, não existe a intenção de futuramente cobrar pelo serviço.

- Estamos recebendo de 10 a 12 mil ligações por dia, enquanto no Web Fone (VoIP tradicional da GVT), que temos há muito mais tempo, só temos 10 mil clientes cadastrados. E queremos assimilar cada vez mais esse serviço com algumas das facilidades que as pessoas encontram na internet: salas de bate-papo, encontros, debates temáticos, comunidades. Quando comprarem um computador, saberão que nós existimos e que temos provedor gratuito de internet - afirma Ricardo Engelbert, gerente de marketing do provedor POP.

A arquiteta Carin Poujo e sua mãe, Áurea, já experimentaram o novo serviço, embora possuam computador com acesso à internet em banda larga.

- Minha mãe conversa com a minha tia, que mora em Curitiba, quase todos os dias. Antigamente, gastávamos mais de R$ 250 em conta de telefone por mês e as conversas tinham que ser sempre rápidas. Então descobrimos o VoIP, e ela passou a conversar pelo computador. Só que me atrapalhava um pouco, porque eu queria trabalhar e ela queria conversar. Agora, ela usa o telefone, o computador fica livre e a conta de telefone vem barata - conta.

A publicitária Bruna Santos também aderiu a um provedor de VoIP e está muito satisfeita com a economia que vem obtendo.

- Meu marido está fazendo um curso em Madri, e eu continuo morando aqui no Rio. Eu estava gastando cerca de R$ 1.300 em conta de telefone por mês. Depois que virei cliente VoIP, meu gasto mensal caiu para cerca de R$ 150 - afirma.

A analista de sistemas Michele Machado, de 24 anos, já usou vários programas para falar com amigos de outros estados e com o irmão, que estuda em Boston, nos Estados Unidos. Para poupar o quanto pode, ela pesquisa os diferentes preços das empresas que oferecem o VoIP.

Com o irmão nos Estados Unidos, que tem uma linha fixa, ela utiliza o Skype. Para isso, compra o cartão, que custa cerca de 20 euros. Ou, então, usa o serviço de outras companhias para falar com amigas paulistas.

- É infinitamente mais barato. Para falar com alguém de São Paulo, o minuto sai por R$ 0,12. Numa ligação normal, seria mais de R$ 0,50, em horários péssimos. A minha mãe, por exemplo, não sabe usar o computador, por isso, quando fala com meu irmão, ele digita o número no micro e manda fazer uma ligação discada.

Com Marcela Canavarro e Bruno Rosa