Título: Dez razões para não acreditar na tese dos empréstimos, segundo o relator Osmar Serraglio
Autor: Fernando Exman
Fonte: Jornal do Brasil, 11/11/2005, País, p. A4

Empréstimos sem retorno O relatório parcial da CPI dos Correios questiona o fato das empresas de publicidade de Valério tomarem empréstimos bancários com juros elevados e emprestá-lo a um partido político sem prazo de pagamento nem definição de seu percentual de remuneração. ¿Todo mundo foge dos bancos¿, ironizou Osmar Serraglio.

Omissões contábeis A contabilidade das empresas de Valério apresenta erros, lacunas, omissões e inconsistências. ¿Ele quer que se acredite em notas fiscais que estavam sendo queimadas¿, diz Serraglio.

Valores diferentes Valério já apresentou quatro diferentes versões para os valores dos empréstimos repassados ao PT.

Falta de garantias Considerando o elevado valor dos empréstimos, as garantias dadas aos bancos não são normalmente aceitas pelo mercado bancário.

Exigência bancária Além disso, bancos não podem aceitar contratos com órgãos públicos como garantia para empréstimos.

Contrato formal Não há um contrato formal entre Marcos Valério e o PT ou entre Valério e Delúbio. ¿Não tem prova documental¿, informou o relator.

Falta de pagamento Não existe documento formal que comprove o pagamento de juros, encargos ou amortizações em relação aos empréstimos tomados. Para Serraglio, Marcos Valério não demonstrou interesse em reduzir esse passivo das contas de suas empresas.

Cobrança só depois da CPI Somente depois de o escândalo estourar que os bancos começaram a tentar resgatar as quantias emprestadas à DNA e à SMPB, agências de publicidade de Valério.

Renovações sistemáticas Mesmo assim, disse o relator, os empréstimos eram renovados sistematicamente.

Saques anteriores Por fim, os saques realizados por pessoas indicadas a Valério por Delúbio Soares começaram antes de os empréstimos serem feitos.