Título: Absolvido, Sandro Mabel diz estar aliviado
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 10/11/2005, País, p. A2

BRASÍLIA - O processo de cassação do líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), foi arquivado ontem em votação na Câmara, por 340 votos sim, 108 não, 17 abstenções e 2 nulos. A maioria dos deputados seguiu a orientação do Conselho de Ética, que recomendou o arquivamento por concluir que não há provas contra o líder do PL. Ao apresentar sua defesa no plenário da Casa antes da votação, ele que seu ''calvário'' terminou depois de cinco meses, referindo-se à orientação do Conselho de Ética se arquivar o processo por quebra de decoro parlamentar. - Volto a andar de cabeça erguida, feliz - afirmou. A ação contra o deputado goiano foi movida por uma representação feita pelo PTB, que alegou o envolvimento de Mabel com o esquema do mensalão. Também pesou contra o deputado a suposta oferta de ''luvas'' de R$ 1 milhão mais R$ 50 mil por mês para que a deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) aceitasse ingressar no PL. Sem conter seu entusiasmo, o líder do PL comentou que é cumprimentado nas ruas com alegria. - Ao ponto do gari que varre as ruas perto da minha casa dar dizer: Aí Sandrão. Graças a Deus que você está ficando bonito na foto outra vez - brincou. Segundo Mabel, nestes cinco meses de investigação, ele foi alvo de uma ''acusação injusta, uma tortura sem precedentes''. - Tive minha honra e meu nome maculados, minhas aspirações políticas foram abortadas. Apesar disso, não guardo mágoas, tive a consciência de confiar em meus pares do Conselho. Não aceitei a retirada da representação contra mim. Agora ando de cabeça erguida - destacou. Ao encerrar sua defesa, Mabel agradeceu o apoio do plenário. O relator do processo contra Mabel no Conselho, deputado Benedito de Lira (PP-AL), voltou a defender o seu arquivamento. Segundo Bendito, não foram encontradas provas contra Sandro Mabel. - As testemunhas do processo disciplinar não presenciaram nenhuma ação ilícita do representado. Não há prova contundente de suposta proposta indecorosa à deputada Raquel Teixeira - disse o relator. Segundo Lira, o Conselho só teve a palavra de Mabel contra a palavra de Raquel. As declarações do relator provocaram a indignação dos deputados do PSOL, como da deputada Luciana Genro (RS). Ela foi a primeira a subir na tribuna e pedir a cassação de Mabel. Luciana argumenta que a deputada Raquel Teixeira ficou em uma posição delicada.