Título: Tucanos buscam unidade nas eleições
Autor: Liliana Lavoratti e Marcos Seabra
Fonte: Jornal do Brasil, 17/11/2005, País, p. A6

A cúpula do PSDB está colocando em prática há algum tempo uma estratégia para manter a unidade do partido após a escolha do candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo ano. Os dirigentes tucanos conseguiram limitar a disputa entre o prefeito da capital paulista, José Serra, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mas ainda há muitas arestas a serem aparadas para evitar a repetição das intrigas que levaram à derrota o candidato do partido nas eleições em 2002. O principal atrito no ninho tucano deve ser resolvido amanhã com a eleição do senador cearense Tasso Jereissati como presidente nacional do partido. Ele foi convencido a, não só desistir da pré-candidatura ao Planalto, como a assumir a direção tucana e coordenar a campanha do escolhido.

Outra situação incômoda que acabou resolvida quase de forma automática foi conseguir arrefecer a disposição do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de também se candidatar ao Planalto. O governa- dor viu sua pré-candidatura bombardeada com o seu envolvimento indireto em acusações contra o senador Eduardo Azeredo (MG), até então presidente nacional do partido. Azeredo confessou a utilização de caixa 2 na campanha ao governo em 1998, além de se beneficiar de recursos do empresário Marcos Valério.

Por fim, na árdua tarefa de evitar racha no partido, serão escolhidos os candidatos aos governos estaduais. Pela cúpula tucana, o PSDB terá candidatos próprios nos 26 estados e no Distrito Federal. Mas algumas escolhas poderão se complicar de acordo com a manutenção ou não da verticalização.

O principal aliado tucano nas últimas disputas eleitorais têm sido o PFL que não abre mão de ter candidatos próprios, principalmente nos estados nordestinos. Hoje, os pefelistas ocupam os cargos de vice de José Serra ¿ Gilberto Kassab ¿ e de Alckmin ¿ Cláudio Lembo. O governador de São Paulo perdeu a presidência da Assembléia Legislativa para o pefelista Rodrigo Garcia, que mantém alguma aspiração ao governo.

¿ Pretendemos trabalhar para, não só manter as coligações tradicionais, com o PFL por exemplo, mas também ampliar o leque para o PPS, o PDT e até mesmo para o PTB ¿ avaliou o líder tucano na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP).