Título: Indústria cai em oito regiões
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Fonte: Jornal do Brasil, 12/11/2005, Economia & Negócios, p. A18

Rio, porém, foi um dos destaques, com alta de 4,4% em um ano, aponta IBGE

Folhapress

A produção industrial brasileira registrou queda em oito dos 14 locais pesquisados em setembro, na comparação com igual mês do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Rio de Janeiro, porém, apresentou o terceiro melhor desempenho, com alta de 4,4% na produção. O desempenho nacional foi de 0,2% - o menor em dois anos. O IBGE avalia o cenário como um sinal de ''ampliação da desaceleração no ritmo industrial''.

São Paulo registrou queda de 1,1%, a primeira após 22 meses de taxas positivas. Outros locais pesquisados com desempenho negativo foram Pernambuco (-1,8%), Rio Grande do Sul (-2,8%), Região Nordeste (-3,2%) e Goiás (-6,8%). Alguns estados tiveram retração da ordem de dois dígitos, como Paraná (-11,6%) e Ceará (-12,4%). Minas Gerais (4,8%), Pará (4,7%), Amazonas (2,6%), Bahia (2,4%) e Espírito Santo (2,3%) foram os outros estados que tiveram resultado positivo, junto com o Rio de Janeiro.

Fatores macroeconômicos e políticos contribuíram para minar a confiança do empresariado, avalia o IBGE. No terceiro trimestre, o setor industrial foi afetado pelo patamar ainda elevado das taxas de juros (a Selic chegou a 19,75% ao ano), pela taxa de câmbio considerada desfavorável aos exportadores e pelo maior endividamento do consumidor.

A crise política também prejudicou a percepção de empresários e consumidores quanto ao futuro. Diante da incerteza, o cenário descrito nas pesquisas é de investimentos modestos e compras de valor mais baixo. Dessa forma, o instituto identifica sinais de um maior ajuste de estoques, auxiliado também pela maior concorrência de produtos eletrônicos importados em razão do dólar baixo.

No terceiro trimestre, a indústria do Amazonas manteve a liderança, com expansão de 8,1%, apoiada na produção de telefones celulares e televisores, destinados às exportações. Nesta comparação, Bahia (7,0%), Minas Gerais (5,2%), Rio de Janeiro (2,2%) e São Paulo (1,6%) cresceram acima da média nacional, de 1,5%.